O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Justificação e o Calvinismo

A história de Lutero muda quando ele entende que o justo viverá da fé em Romanos 1:17. Como é possível termos tantos movimentos evangélicos pós-luteranos e não termos evidências práticas desta fé transformadora que sacudiu a religião à 500 anos atrás?
Eu tenho aprendido que os axiomas cristãos têm mudado enormemente nos últimos tempos e a agulha da fé tem sido transferida de um paradigma para outro. Estas implicações são complexas e têm conduzido aos mais diversos modelos modernos da fé evangélica. Os factos falam "per si".
Lutero sentia as pedradas da consciência serem atiradas contra si, condenando e oprimindo a sua alma num sofrimento imensurável. Este estado de desespero, que Arthur Pink refere em seu livro "O Antigo Evangelho", que o verdadeiro e completo conteúdo Bíblico nos conduz é o verdadeiro caminho difícil que nos conduz à salvação. Esta aflição chama pelo Consolador como nada o fará. Creio que quando a doutrina da eleição é levantada, restaurada, ensinada o temor cai no coração da congregação. Quando o homem percebe que não é ele o governador de nada, inclusive de seu próprio destino, ele desespera.
Paulo ensinou a verdade do justo viver pela fé na carta aos romanos e na carta aos gálatas. Esta verdade deve ser uma prática diária na vida de cada cristão. Esta verdade não pode ser apreciada por quem cuida que está em seu poder e determinação o seu destino eterno. Jesus disse "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós" para lembrar aos seus discípulos e a nós também que eles deveriam, pela fé, estar confiantes que "aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo".
A justificação é a remoção da culpa dos nossos pecados. A Lei intensifica essa culpa até se tornar uma pressão impossível de suportar. Deus nos coloca diante do Seu eterno conselho, reduzindo a nada o nosso orgulho e a nossa auto-confiança. Se Deus já escolheu um povo para si, antes da fundação do mundo, nosso ser sente a tristeza de não saber ou poder influenciar tal decisão já há muito tomada. Tal como Deus perguntou a , sentimos que nos pergunta a nós se por acaso nos pediu algum conselho quando estava a criar o universo e onde estávamos nós nesse tempo?
A culpa dos pecados já cometidos e as dúvidas que geram sobre o real perdão dos mesmos, esta luta diária só pode ser vencida pela fé em nosso salvador Jesus Cristo, quando acompanhada por uma plena sujeição à Sua pessoa e à Sua vontade nos mandamentos.
Essa justificação pela fé não nos garante porém que as pedras que já não são lançadas pela nossa consciência, pois temos paz com Deus, não venham pelas mãos daqueles que não estão do mesmo lado da trincheira...

1 comentário:

Anónimo disse...

Irmão Nuno,

Aborda aqui um dos assuntos controversos, a eleição. O problema é que o homem parece querer mandar em Deus. Onde é que já se viu?! A Escritura diz que Deus escolheu para sim, um povo especial, zeloso de boas obras, e que foi esse povo que Ele deu ao Filho e, por sua vez o Filho veio para salvar. Creio que é esse povo que Deus continua a salvar pela loucura da pregação. Há coisas que não entendo? Há! Mas isso não me dá o direito de discutir com o Criador - "porque fazes dessa maneira e não daquela?".
"O justo viverá da fé" aponta para a graça de Deus. A salvação é iniciativa divina, não depende de mim.
Preciso ter um coração grato a Deus por me ter amado quando eu não O amava, e ter-me justificado mediante o sacrifício do Seu Filho.
Sola Gratia!

Um abraço,
Pr. Manuel Luzia