O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



sábado, 29 de novembro de 2008

Orgulho Em Ser Escravo


Romanos 1.1 "Paulo, servo de Jesus Cristo"

Orgulho em ser escravo? Bem, a questão não é sobre escravatura, a questão é de quem estamos a falar. Paulo reduzia-se a uma inglória posição de escravo para realçar a nobreza do Senhor Jesus Cristo. Sua mensagem servia a todos os homens: ricos ou pobres, senhores ou escravos.

Paulo em várias ocasiões explora de forma inequívoca o que é o coração do evangelho e um coração alcançado pela graça maravilhosa de Deus em Cristo. Ao escrever à igreja, Paulo como apóstolo sabia que aquilo que escrevia servia também para que a igreja vivesse e compartilhasse de forma plena. Que mensagem acarinhavam os cristãos no tempo de Paulo, que fez com que o mundo se perturbasse tanto? Que coração tinham eles para que tão rapidamente o seu exemplo fosse impactante e sua fama em todo o lugar?

Bem, algumas dicas podem ser lançadas ao ar para que aqueles que procuram métodos humanos se derretam nas suas falsas esperanças. Paulo tinha muito prazer em ser chamado de escravo, enquanto hoje a maioria dos que dizem ser crentes se revoltam com essa ideia e preferem orgulhar-se numa liberdade de destino e de poder sobre suas vidas. Como é que alguém que experimentou uma transformação pelo novo nascimento pode em algum momento e algum lugar desta terra e da outra por vir, querer um pouquinho de glória para si e em parte incerta do processo declarar ali independência do Altíssimo?

Paulo tinha também gozo nas suas fraquezas, enquanto hoje os pregadores mais em consideração nos palcos evangélicos são obras de arte grega em seus carismas e todo o tipo de força de alcançar todo o género de vitória. Como pode algum santo achar um pouco de poder em si mesmo, ou ainda pior ser farisaico ao ponto de o mascarar de favor de Deus ao seu dispor?

Paulo tem uma liberdade maior para compartilhar que o mundo não conhece. Uma liberdade que lhe foi comprada, obtida, facultada e oferecida pelo seu Redentor. Uma liberdade que vem do Alto, uma verdade que vem de cima. Paulo não discutia com base em sua bagagem filosófica, mas antes reduzia a filosofia a nada para que a preeminência fosse de Cristo. Será que alguém pode ser levado a sério se hoje seguem numa direcção oposta à que Paulo indicou, e procuram restaurar alguma dignidade própria?

Eu só vejo uma alegria de viver, e essa é a de viver para agradar ao meu Deus. Esta norma obriga-me a reconhecer que nesse nível que não domino não posso em nada ser bem sucedido. Se Deus é meu alvo primário, tudo em mim é insuficiente para o alegrar... a menos que a abundância das riquezas de Sua graça sejam transbordantes e inundem meu ser!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Entendendo Predestinação

Romanos 8:30 "E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou."

Vamos fazer um cálculo de raciocínio quanto a algumas possibilidades que Deus teria em seu poder para livremente escolher para a humanidade.

Quando o homem pecou, vamos imaginar que a Ira de Deus se tivesse levantado sem amor e para que ela caísse sem dó nem piedade sobre o traidor e seus descendentes, Deus suportaria toda uma sequência de gerações até que Jesus nascesse, vivesse como homem e morresse para que todo o mal que está no coração do homem ficasse exposto e todos fossem condenados de uma forma inequívoca até diante de seus (dos homens) olhos pecadores. Deus satisfaria a Ira dele não só pela traição mas ainda e principalmente pelo agravo de tais inimigos ao matar o Seu Filho amado. Imagine que Deus não quisera com isso salvar nenhum dos descendentes do seu traidor até que uma multidão deles fosse aceitável em Sua presença para satisfazer Sua justiça. Imagine que Deus ao invés de querer salvar um deles os quisesse com o acto de enviar Seu Filho amado os condenar, ou melhor, sepultar debaixo da sua própria condenação...

Consideremos agora a possibilidade de Deus, na Sua liberdade incondicional, ter escolhido apenas um dos homens, para que apenas uma gota de Sua graça brilhasse na imensidão da negritude das trevas interiores que cercam e inundam os corações apodrecidos da raça humana. Talvez Deus escolhesse Adão, mas punisse todos os seus filhos e descendentes até à milionésima geração diante dos próprios olhos de um amargurado pai; talvez escolhesse Eva para que ela visse apenas seus filhos e netos dominados por maldades indizíveis e eterna punição e separação; mas Deus poderia escolher apenas Matusalém ou Noé, Abraão ou José, Moisés ou David, Elias ou Jeremias... Jó com certeza diria se não fosse escolhido por seu Criador "Deus me deu vida e Deus ma tirou". Haveria injustiça? Qual destes escolheria?

Imagine que Deus escolhia apenas uma geração, uma raça, qual seria? A hebraica ou a grega? A romana ou a árabe? A germânica ou a lusitana? Os vermelhos ou os amarelos? Deus escolheria um povo singular e separado para que demonstrassem a sua santidade sem que nenhum deles se perdesse ou se misturasse; Deus escolheria um povo que seria invejado por todos os outros povos; Deus escolheria um povo que ninguém poderia desacreditar que era obra Sua! Deus os escolheria para Sua própria glória e exaltação à vista de seus inimigos!

Imagine que esse povo é um povo tão determinado em número mas tão multifacetado em género. Imagine que entre todos os povos, Deus vai derramando da sua graça, do Seu Espírito Santo e fazendo-os luzir no meio das trevas, não mais uma gota de graça mas um manancial jorrando e transbordante. Imagine que esse povo apesar de estar no mundo não era do mundo, apesar de ser gerado pelo mundo era gerado de novo pelo Espírito do Altíssimo. Inimigos sendo convertidos em amigos íntimos ainda nas trincheiras adversárias para perplexidade de todos. Suponha que surgindo em todo o lugar e em todas as eras, todos estão singularmente unidos a Cristo de forma vital e tão pluralmente ligados uns aos outros. Cristo, que fora morto por causa deles mesmos e ainda assim nesse propósito de lhes ser por salvação!? E se todos esses que Deus escolhera, supondo assim, viriam a Ele no tempo e no modo determinado pelo próprio Deus Soberano e Glorioso e ainda assim viriam totalmente livres e em total amor?
Agora suporte a ideia ridícula que um dia estes pudessem andar confusos e sem saber se era Deus atrás do cenário o tempo todo e começando a olhar para eles próprios se comparassem com todos os outros homens que ainda jazem no maligno e defendessem que todos eles também poderiam ser tornados em amigos como se o poder neles estivesse?

Que tragédia seria... Ainda bem que aqueles que são dele são filhos da luz e nada disto os fariam andar nas densas trevas como se nunca houveram visto a alva. Nada mais seria do que um dramático pesadelo e com certeza o germinar de um esfriamento no amor de muitos, não acha?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Encontrar Pepitas Num Deserto


Quando estivermos a passar pelo deserto devemos lembrar que sob o Sol e as altas temperaturas das dunas escaldantes podem encontrar-se perfeitíssimos diamantes. Assim foi com todos aqueles grandes heróis da fé que lemos nas Escrituras Sagradas quando estavam em situações que desesperariam os comuns dos mortais.

Volto a escrever que uma tempestade e uma tribulação para aquele que está debaixo do favor de Deus é apenas uma forma entre muitas de Deus lapidar a pedra que está em bruto para criar uma magnifica pérola. Digamos que uma pedra deixada em sossego e recebendo chuva e Sol nunca chegará a ter a esplêndida aparência de um diamante que aparentemente sofreu pressões inimagináveis.

Deus tem seus diamantes em bruto no meio de imensos mares de areia e contudo nenhum deles se perderá. Deus tem seus amados em alto valor e não lhes oculta nenhum dos segredos que resolveu revelar a todos os que são Dele. Estes amados amam a Sua Palavra de tal maneira que desprezam o mundo inteiro com as suas montanhas impressionantes de areia e se firmam numa só rocha, mesmo que pequena e desprezada. A rocha que os edificadores de areia desprezaram, Deus a tornou a principal e única coluna do Seu edifício, pois areia nenhuma pode ser digna de confiança para fundamento e alicerce.

É maravilhoso e incompreensível que o valor da pedra só existe porque alguém [Deus] escolheu para ela ser mais desejável do que todas as outras pedras e então [o eleito] foi e vendeu tudo o que tinha para adquirir esta pedra preciosa que é Cristo!

As pedras somos nós, como diamantes são feitas do mesmo composto que o carvão, assim somos nós para Deus feitos pela Sua graça algo de tremendo valor. Cristo pegou em carvão e o tornou em algo que tem valor!

sábado, 1 de novembro de 2008

Acordar o Dragão Puxando Seus Bigodes


Ia começar com um versículo da Escritura, mas acho bem melhor usar vários ao longo desta confissão. Falando em confissão, é engraçado que não haja mais quem confesse coisa nenhuma e vá gerindo sua fé pelos caminhos negociáveis do compromisso e do conveniente.

Ao longo dos últimos três anos tenho escrito, o que hoje vejo ser um percurso de fé evangélica normal, acerca de tudo um pouco do nada que é hoje a expressão evangélica, que se descreve como um "estilo de vida com Jesus". Eu acho que realmente não poderá haver visão mais cega e miserável das infinitas riquezas da graça de Cristo do que se resumir a glória de Deus a este chavão imprestável e polifónico.

Há três anos comecei na minha inocência a compartilhar em tom de email-diário, o que achava ser um descuido ou uma distracção que seria prontamente corrigida aos pés da cruz e aos pés da Escritura. O quanto me enganei! Igualmente, à dez anos atrás quando me converti, todas as noites levava a minha Bíblia para a roda dos meus amigos, certo de que veriam e compreenderiam rapidamente a verdade...

Mas quem é louco para acordar um dragão puxando os seus Bigodes?

Quantos conheci que se dizem crentes mas "não o são, mas são a sinagoga de Satanás"? (Ap. 2:9) Que melhor do que o Pentecostalismo com todo o seu poderio se levantando como que do meio do mar, qual Besta, para ilustrar o drama da situação? Estarão com certeza na linha da frente da apostasia contemporânea e da heresia mais profunda desde a tentação de Cristo no deserto pelo próprio Satanás!

Com esta, nunca posso aspirar a vir a ser galardoado para grandes aspirações politico-evangeliquices e job ou tachos for the boys ... great!

Puxar os bigodes ao dragão, é afirmar hoje em dia que qualquer semelhança desta igreja moderna com a igreja protestante da história é pura coincidência. Qual dos pastores de hoje leva a sério o chamado de contender pela verdade? Pouquíssimos!

1 Timóteo 2:7 Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios na e na verdade.

Para alguns a fé nem combina com verdade e para outros só o amor resolve este "mistério" que parece existir na incapacidade de conciliar amor com verdade nas suas mentes preversas e ímpias.

Puxar os bigodes ao dragão é não ter medo de perder o mundo e o que este carrocel evangélico tem para dar. Se eu quisesse tal coisa, melhor seria ter ficado com a minha popularidade, minha vidinha de pecado, meu livre arbítrio humanista quando andava carregado com o peso do meu pecado. Mas desde aquela noite, sozinho no meu quarto da residência dos estudantes, que eu tenho um inimigo que não me odeia menos do que eu ódeio a ele e a tudo o que ele representa e influencia. Satanás é um aliado de todos os que afrouxam rédeas e procuram o prémio de balaão.

Termino arrancando mais um pelo do focinho do dragão, lembrando o Salmo 100, que parece não dizer nada a muita gente que diz seguir a Cristo.

"Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto."

Não parece o texto claramente mostrar que a natureza de Deus se entende claramente por ser ele e não nós a ser o agente activo? Jesus reforça no capítulo 15 de S. João, dizendo que não foram os discípulos que o haviam escolhido mas tinha sido Ele quem escolheu cada um deles e os nomeou!

Negar a autoria da salvação como completa e suficiente em Deus, é negar o próprio Deus! Não acham?

Para quem julga isto esquisito na vida de um cristão, deveria ler O Peregrino e ver que nada de estranho pode ser achado em muitas lutas, quer dentro quer fora, pois não é fácil entender nada desta peregrinação se não houver entendimento do que Paulo disse confortando os nossos irmãos daquele tempo, "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" acrescentando que estes que amam a Deus amam porque "são chamados segundo o seu propósito". (Rm 8:28)