O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



domingo, 28 de junho de 2009

O Que é Hiper-Calvinismo? (2)


(2)

Continuamos aqui nossa examinação do hiper-Calvinismo na resposta à questão apresentada na última edição do jornal: "O que é hiper-Calvinismo? Como você o definiria?"
Naquela edição dissemos que hiper-Calvinismo NÃO é a negação da oferta sincera de Deus a todos os que ouvem o evangelho, demonstrando um amor por todos e um desejo de salvar a todos. Hiper-Calvinismo é a negação de que a ordem do evangelho de se arrepender e crer deve ser pregada a todos, sem exceção.

O cerne do hiper-Calvinismo, portanto, é uma rejeição do assim chamado "dever da fé" e "dever do arrependimento," isto, que é o solene dever e obrigação de todos ouvir o evangelho para arrepender e crer. O hiper-Calvinismo conclui que—porque todos os homens estão perdidos no pecado e incapazes de se arrependerem e crer por si mesmos—é um equivoco ordená-los a fazer tal coisa. Tal ordem implicaria que eles são capazes de se arrepender e crer.
O hiper-Calvinista, então, comete o mesmo engano dos Arminianos e adeptos da teoria do livre-arbítrio, com a diferença de que ele traça uma conclusão diferente. Ambos pensam que ordenar ou demandar arrependimento e fé de pecadores mortos deve implicar que tais pecadores não estão mortos e têm em si mesmos a capacidade para arrepender e crer. Então, o adepto do livre-arbítrio diz: "Ordenar deve implicar capacidade; portanto, os homens têm a capacidade." O hiper-Calvinista diz: "Ordenar deve implicar capacidade, portanto, não devemos ordenar ninguém, senão os eleitos."

Isto significa que embora um verdadeiro hiper-Calvinista pregará os "fatos" do evangelho a todos que ouvirem (e insiste que ele está pregando o evangelho), ele não ordenará uma audiência "mista" a arrepender e crer. Aqueles mandamentos, ele crê, devem ser pregados somente àqueles que mostrarem evidência de serem "pecadores sensibilizados," isto é, pecadores que estão debaixo de convicção mediante a obra do Espírito Santo.

Rejeitamos estas noções por várias razões. Primeiro, é difícil imaginar como alguém, sem inspiração divina, pode estar certo de que está pregando somente a "pecadores sensibilizados", para então trazer com confiança o mandamento do evangelho. Portanto, na realidade, o mandamento do evangelho raramente, se é que alguma vez, será ouvido na pregação hiper-Calvinista.

Em segundo lugar, o hiper-Calvinismo transforma o mandamento para arrepender e crer num mandamento para continuar a arrepender e crer ou para perseverar em arrepender-se e crer. Os assim chamados "pecadores sensibilizados"—os únicos que podem ser chamados a arrepender e crer—são aqueles que já começaram a fazer isso pelas operações secretas do Espírito Santo. A fé requerida, neste caso, não é a fé salvífica no sentido mais correto e profundo da palavra, isto é, a fé que traz uma pessoa à comunhão com Cristo, lhe justifica e dá salvação, mas somente fé da forma como ela se manifesta em seus frutos de certeza e esperança.

É nesta conexão que os verdadeiros hiper-Calvinistas frequentemente ensinam que a pessoa é justificada completamente na eternidade e que a justificação pela fé envolve somente a certeza da justificação. Assim, a fé exigida no evangelho não nos justifica diante de Deus, mas somente nos assegura de uma justificação que já ocorreu.

É nesta conexão também que os hiper-Calvinsitas também são acusados, e corretamente, de um certo antinomianismo (anti-lei ou anti-mandamento) com respeito a fé. Eles não tomam seriamente o mandamento para arrepender e crer, exatamente porque o chamado à fé para eles é somente o chamado para estar certo da sua fé. É sobre estes fundamentos que enfaticamente repudiamos o hiper-Calvinismo.

Rev. Ronald Hanko

http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_hypercalvinism.htm

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Que é Hiper-Calvinismo? (1)


(1)

Um dos nossos leitores perguntou: "O que é hiper-Calvinismo? Como você o definiria?"
A acusação de hiper-Calvinismo se apresenta de muitas formas nestes dias. Alguém poderia quase pensar que não há outra heresia tão séria como esta.

Nós mesmos somos acusados de sermos hiper-Calvinistas, frequentemente de maneira maliciosa e simplesmente por causa de boatos. O The New Dictionary of Theology [O Novo Dicionário de Teologia], por exemplo, dá uma descrição exata dos ensinos do hiper-Calvinismo e então alega que Herman Hoeksema é o hiper-Calvinista moderno mais proeminente, embora ele não tenha sido responsável por nenhum dos ensinos listados como característicos do hiper-Calvinismo.

Frequentemente a acusação é trazida contra aqueles que negam que o evangelho é uma oferta sincera de salvação da parte de Deus, isto é, que Deus expressa no evangelho um amor e desejo sincero pela salvação de todo aquele que ouve o evangelho, e promete sinceramente a salvação a todos sem exceção. Se não for por mero boato, então somos acusamos de hiper-Calvinismo por esta razão, ou seja, por negarmos estas coisas.

Contudo, frequentemente aqueles que acusam os outros deste erro, nem mesmo conhecem realmente o que é hiper-Calvinismo. Temos nos deparado com aqueles que crêem que todo aquele que ensina a expiação limita é um hiper-Calvinista e outros que estão convencidos de que todo aquele que ensina qualquer um dos Cinco Pontos do Calvinismo é um hiper-Calvinista. Eles confundem o Calvinismo verdadeiro, histórico e bíblico com o hiper-Calvinismo (algo que está longe de Calvino e do Calvinismo).

O mesmo acontece com aqueles que crêem que uma negação do amor universal de Deus e da suposta intenção da parte de Deus de salvar todos, expressa no evangelho, é hiper-Calvinismo. Pode ser facilmente mostrado que os credos e escritores Calvinistas sempre ensinaram o oposto, e que aqueles que ensinam estas coisas não estão ensinando o verdadeiro Calvinismo, mas o Pelagianismo de Roma e o Arminianismo dos adeptos da teoria do livre-arbítrio.

Assim, o que é hiper-Calvinismo? Ele é um erro grave?

Deveríamos enfatizar, em primeiro lugar, que existe algo chamado hiper-Calvinismo, embora alguns neguem isto. Historicamente, o nome tem sido aplicado àqueles que negam que o mandamento do evangelho para arrepender e crer deve ser pregado a todos os que ouvem o evangelho.

Um hiper-Calvinista, portanto, não é alguém que ensina que na predestinação, na morte de Cristo, na pregação e na obra do Espírito Deus ama somente os eleitos e pretende salvar somente eles. Isto é simplesmente o Calvinismo bíblico.

Antes, um hiper-Calvinista (histórica e doutrinariamente) é alguém que—pelo fato de nem todos terem sido escolhidos e redimidos—não mandará que todos os que ouvem o evangelho se arrependam e creiam. Ele é alguém que começa a partir de premissas corretas, mas traça conclusões errôneas—que não crê que "Deus ordena agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam" (Atos 17:30, KJV).
Um verdadeiro hiper-Calvinista, então, é alguém que crê corretamente na predestinação dupla e soberana e na redenção particular—que nega um amor universal de Deus e uma vontade de Deus de salvar todos os homens. Todavia, ele conclui erroneamente que—porque Deus determinou quem serão salvos, enviou Cristo para eles somente e dá somente a eles a salvação como um dom gratuito—somente os eleitos devem ser instados a crer e arrepender na pregação do evangelho.

Isto, nós cremos, é um sério erro. É um erro que efetivamente destrói tanto o evangelismo como a pregação do evangelho em geral—um erro que deve ser evitado.


Rev. Ronald Hanko

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

sexta-feira, 19 de junho de 2009

João Calvino e a Supervisão da Mesa do Senhor!


Uma carta de João Calvino acerca da supervisão dos presbíteros da mesa do Senhor:

"Caríssimos irmãos, uma vez que esta carta em grande parte refere-se a igrejas individuais entre vocês, nós decidimos que o mais conveniente a fazer é dar-lhes a nossa carta para compartilhar. Nós estamos a fazer isso não tanto para evitar trabalho mas de modo a evitar dispender muitas palavras inutilmente em cartas individuais, e especialmente, para vos garantir que não estamos a dizer uma coisa numa carta e outra coisa noutra. Queremos que o nosso consenso seja divulgado a todos igualmente.

Ouvimos dizer que algumas pessoas estão descontentes quando são questionadas sobre sua fé, a fim de que, se forem achados ser mal instruídos na fé, seja negada a admissão à Ceia do Senhor, até que eles tenham feito mais progressos. Para aqueles que estão descontentes por este vosso rigor, nós dizemos que não devem ceder às suas maldades ou procurar indulgência num assunto que diz respeito à sua destruição. O parecer do apóstolo deve ser bem conhecido entre os cristãos, que quem come o pão do Senhor indignamente é considerado sacrílega [1 Coríntios 11:27]. Para uma pessoa utilizar o pão dignamente exige que ele deva examinar-se; o apóstolo claramente ensina que aqueles que são incapazes de se examinar não devem abordagem essa mesa.

Portanto, qualquer pessoa que se aproxima negligente da Ceia do Senhor, sem ser previamente instruída na fé, desperta a ira de Deus. Aqueles que são proibidos de a abordarem, por esta razão, não têm nada que queixar-se uma vez que sua salvação está sendo protegida. Se todos fossem sábios, todos podiam ser o seu próprio juiz, mas porque muitos prestam muito pouca atenção a si mesmos, é conveniente que a igreja tenha um procedimento definido, de modo que nunca falhe em prevenir os sacramentos de serem profanados.

Para todos serem admitidos à Ceia do Senhor, sem distinção ou selecção, é um sinal de desprezo que o Senhor não pode suportar. O próprio Senhor distribuiu a ceia aos seus discípulos apenas. Assim, alguém que não seja instruído na doutrina do evangelho não deveria abordar o que o Senhor tem instituído. Ninguém deve ficar angustiado quando o seu cristianismo é examinado até mesmo ao ponto quando está para ser admitido à Ceia do Senhor. Deveria ser estabelecido como parte da totalidade do estado e do sistema de disciplina que deveria florescer na igreja onde aqueles que são julgados indignos não devem ser admitidos.

Sabemos que esta parece uma novidade para aqueles que não mantêm uma distinção entre o jugo de nosso Senhor Jesus Cristo e da tirania do papado, mas é sua responsabilidade a busca da vontade do Senhor e submeter-vos a ela, em vez de afrouchar as rédeas dos vosso desejos. Mesmo o exemplo dos infiéis podem inspirar-nos com vergonha. Dado que eles não mostram essa reverência nas suas superstições que devíamos mostrar nos sacramentos, mas no entanto, reconhecem que os julgados de serem corrompidos por algum crime devem ser mantidos longe dos seus ritos supersticiosos.

Quando a Ceia do Senhor é proibida para alguém, ele não deve pensar que está excluído para sempre, ou que ele foi atirado para uma situação desesperada. O objectivo é para ele se humilhar a si próprio e para os outros aprenderem através dele. Tudo isto está estabelecido na Palavra de Deus, e pedimos ao Senhor por si para que você não tenha vergonha de sujeitar-se a um assunto que você sabe ser bom e santo."

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Augustus Hopkins Strong: "Abrir comunhão logicamente conduz a abrir a adesão da igreja, e abertura para todos serem um membro da igreja, sem referência às qualificações exigidas nas Escrituras, ou sem exame por parte da igreja quanto à existência destas qualificações para aqueles que se unem a ela, é praticamente uma identificação da Igreja com o mundo e sem protestar a partir de organismos constituídos Escrituristicamente, iria finalmente resultar em sua efectiva extinção."
Mais material de Calvino em www.CPRF.co.uk

quarta-feira, 17 de junho de 2009

João Calvino sobre Cantar Salmos na Igreja


Quanto a orações públicas, existem dois tipos: a que consiste em palavras apenas; a outra inclui música. E isto não é uma invenção recente. Pois desde o início da Igreja que tem sido desta maneira, como podemos aprender nos livros de história. Nem o próprio São Paulo fala de oração por palavras apenas, mas também de cantá-las. E, na verdade, sabemos por experiência que a música tem um grande poder e força para mover e inflamar os corações dos homens para invocar e louvar a Deus com um coração mais veemente e ardente. Devemos sempre atentar com receio de a canção ser leve e frívola, mas ela deve ter sim peso e majestade, como diz Santo Agostinho. E assim, há uma grande diferença entre a música que é feita para entreter as pessoas em casa e na mesa, e os Salmos, que são cantados na igreja, na presença de Deus e Seus anjos.

Portanto, se alguém desejar rectamente julgar o tipo de música aqui apresentado, esperamos que ele irá encontrá-la ser santa e pura, vendo que ela é simplesmente feita para a edificação de que temos falado, e para qualquer utilidade mais que se possa colocar. Porque mesmo em nossos lares e fora de portas que seja um incentivo para nós e um meio de louvar a Deus e levantando os nossos corações a Ele, de modo que possamos ser consolados através do meditar sobre Sua virtude, Sua graça, Sua sabedoria, e Sua justiça. Porque isto é mais necessário do que alguém poderá dizer.

Dentre todas as outras coisas que são adequadas para a recriação do homem e para lhe dar prazer, a música, se não a primeira, está entre as mais importantes, e temos de considera-la um dom de Deus feito expressamente para esse efeito. E por esta razão, temos de ter tanto mais cuidado para não abusar dela, por medo de adulterarem ou de contamina-la, convertendo para nossa perdição o que se pretende para o nosso lucro e salvação. Se ainda por esta razão apenas, nós pudéssemos ser justamente movidos a restringir o uso da música, para fazê-la servir somente o que é respeitável e nunca usá-la para desenfreados desvarios ou para nos inundar com incontrolado prazer. Nem deveria levar-nos à lascívia ou poucas vergonhas.

Mas mais do que isto, não existe quase nada no mundo que tenha maior poder de dobrar a moral dos homens desta forma, ou que, como Platão sabiamente observou. E, de facto, encontramos a partir da experiência que tem um insidioso e quase incrível poder de mover-nos para onde quer. E por esta razão temos de ser os mais diligentes para controlar a música de tal modo, que irá servir-nos para o bem e de forma alguma nos prejudicar. Esta é a razão pela qual os antigos doutores da igreja se queixavam de que o povo de seu tempo era viciado em músicas ilícitas e desavergonhadas, ao que eles tinham razão para chamar o mortal veneno de Satanás, corruptor do mundo.

Agora, no tocante à música eu reconheço duas partes, a saber, a palavra, que é o assunto e texto, e a canção ou melodia. É verdade, como diz São Paulo, que todas as palavras torpes vão corromper e perverter a boa moral. Mas quando melodia vai com elas, elas irão atravessar o coração muito mais poderosamente e penetrar adentro. Assim como o vinho é afunilado para dentro de um barril, assim é o veneno e a corrupção destilada para a própria profundeza do coração pela melodia.

Então o que deveremos fazer? Deveríamos ter músicas que não são apenas certinhas, mas santas, que irão impulsionar-nos a orar e louvar a Deus, para meditar sobre Suas obras, de modo a amá-lo, a temer a Deus, para honrá-lo, e glorificá-lo. Porque o que Santo Agostinho disse é verdade, que ninguém pode cantar nada digno a Deus excepto o que tem recebido de Deus. Portanto, onde quer que olhemos procurando ao longe e ao largo, não vamos encontrar nenhumas músicas melhores, nem mais adequadas para esse efeito do que os Salmos de David, que o Espírito Santo fez e transmitiu a ele. Assim, cantando-os, poderemos ter a certeza de que nossas palavras vêm de Deus como se Ele viesse a cantar em nós para a Sua própria exaltação. Portanto, Crisóstomo exorta tanto os homens, como as mulheres e crianças para se habituarem a cantá-los, para desta maneira por este acto de meditação nos tornarmos como um com o coro de anjos.

Então, também temos de ter em mente o que diz São Paulo, que as canções devocionais só podem ser cantadas bem apenas pelo coração. Agora o coração implica inteligência, que, diz Santo Agostinho, que é a diferença entre o canto dos homens e das aves. Porque apesar de um pintarroxo, um rouxinol, ou um papagaio cantarem tão bem, será sem entendimento. Agora é dom do homem de ser capaz de cantar e de saber o que é que está cantando. Depois da inteligência, o coração e as emoções devem seguir-lhe, e isso só pode acontecer se nós tivermos o hino gravado na nossa memória para que ele nunca cesse.

E, por conseguinte, o presente livro não precisa de muita recomendação de mim, vendo que em si possui o seu próprio valor e canta seu próprio elogio ou louvor. Apenas deixe o mundo ter o bom senso de deixar de cantar aquelas músicas, em parte, vãs e fúteis, em parte, estúpidas e aborrecidas, em parte sujas e vis e em consequência más e destrutivas - e que exerceu o seu direito até agora, e usar estes divinos e celestiais Cânticos com bom rei David. Quanto à melodia, parecia melhor moderá-la da maneira que temos feito, de modo a dar-lhe a gravidade e a majestade que convém ao seu tema, e que pode mesmo ser adequado para cantar na igreja, de acordo com aquilo que foi dito.

(Do Prefácio de Calvino no Saltério de Genebra de 1543)

João Calvino comentando I Coríntios 14:15: “Quando ele diz, cantarei salmos, ou, cantarei, ele faz uso de uma instância específica, ao invés de uma declaração geral. Pois, como os louvores de Deus eram o assunto dos Salmos, ele quer dizer pelo canto dos Salmos - bendizer a Deus, ou render graças a Ele, porque em nossas súplicas, ou pedimos uma coisa a Deus, ou reconhecemos algumas bênçãos atribuídas a nós. A partir desta passagem, ao mesmo tempo deduzimos, que o costume de cantar já estava nessa altura em uso entre os crentes, como parece também por Plínio, que escrevendo cerca de quarenta anos depois da morte de Paulo, menciona que os cristãos estavam habituados a cantar Salmos a Cristo antes do amanhecer. E eu de facto também não tenho quaisquer dúvidas que desde o início eles adoptaram o costume da Igreja Judaica de cantar Salmos.”

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Traduzido por Nuno Pinheiro
Para mais material de Calvino: http://www.cprf.co.uk/

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Calvino 500 - A Mentira Blasfema Pentecostal...


INSTITUTAS DA RELIGIÃO CRISTÃ


CAPÍTULO IX
OS FANÁTICOS QUE, POSTA DE PARTE A ESCRITURA, ULTRAPASSAM A REVELAÇÃO E SUBVERTEM A TODOS OS PRINCÍPIOS DA PIEDADE


1. APELO FANÁTICO AO ESPÍRITO EM DETRIMENTO DA ESCRITURA

“Ademais, aqueles que, repudiada a Escritura, imaginam não sei que via de acesso a Deus, devem ser considerados não só possuídos pelo erro, mas também exacerbados pela loucura. Ora, surgiram em tempos recentes certos desvairados que, arrogando-se, com extremada presunção, o magistério do Espírito, fazem pouco caso de toda leitura da Bíblia e se riem da simplicidade daqueles que ainda seguem, como eles próprios a chamam, a letra morta e que mata.

Eu, porém, gostaria de saber deles que Espírito é esse de cuja inspiração se transportam a alturas tão sublimadas que ousem desprezar como pueril e rasteiro o ensino da Escritura? Ora, se respondem que é o Espírito de Cristo, tal certeza é absurdamente ridícula, se na realidade concedem, segundo penso, que os apóstolos de Cristo, e os demais fiéis na Igreja primitiva, foram iluminados não por outro Espírito. O fato é que nenhum deles daí aprendeu o menosprezo pela Palavra de Deus; ao contrário, cada um foi antes imbuído de maior reverência, como seus escritos o atestam mui luminosamente. E, na verdade, assim fora predito pela boca de Isaías.

Em seguida, desejaria que também me respondessem isto: porventura beberam de outro Espírito além daquele que o Senhor prometia a seus discípulos? Ainda que se achem possuídos de extrema insânia, contudo não os julgo arrebatados de tão frenético desvario que ousem gabar-se disso. Mas, ao prometê-lo, de que natureza declarava haver de ser esse Espírito? Na verdade, um Espírito que não falaria por si próprio; ao contrário, que lhes sugeriria à mente, e nela instilaria o que ele próprio havia transmitido por meio da Palavra [Jo 16.13].

Logo, não é função do Espírito que nos foi prometido configurar novas e inauditas revelações ou forjar um novo género de doutrina, mediante a qual sejamos afastados do ensino do evangelho já recebido; ao contrário, sua função é selar-nos na mente aquela mesma doutrina que é recomendada através do evangelho."

Posso bem ser conotado com alguma espécie de malita mental contra os da seita pentecostal que se têm infiltrado, como as aranhas num palácio, entre os evangélicos. A tal ponto estão entre os cristãos que já muitos confundem quem é quem, ou se é que se ainda pode defender fé contra "irmãos" de uma sensibilidade diferente da fé.

Quero que nunca jamais ninguém venha a fazer de mim o que têm feito ao longo da história com tantos outros que mais veementemente explodiram contra a heresia e apostasia no meio da apatia geral. Assim, protesto contra todos os que me roubaram dez anos de minha vida espiritual, roubando minha família, minha fé, minha instrução bíblica que o Senhor adquiriu pra mim na cruz do Calvário, etc. Mascarando-se de crentes nada mais do que lobos vorazes que cospem veneno mais mortal que as serpentes.

Para que não hajam dúvidas, acrescento ainda que todos esses ladrões que roubam ao Senhor a Sua glória e majestade, honra e poder, retirando conteúdo às Palavras Sagradas da Escritura e distorcendo o significado daquelas que pretensamente defendiam, esses bandidos do evangelho, que nada mais são do que filhos da perdição que buscam o prazer de seus ventres em vez de obedecerem à Voz de Deus através da Palavra do Seu Espírito Santo, nunca jamais pregaram as Sagradas Escrituras!

Fica aqui o desafio: mostrem-me um único pregador da Palavra de Deus que seja um pentecostal, para que eu ouça e aprenda o que diz o Espírito Santo na Escritura! Irão sim apontar-me dezenas de usurpadores da Bíblia Sagrada que distorcem os conteúdos sem discernimento espiritual e se escondem atrás de chavões e achismos que caracterizam os bodes eternamente destinados às trevas mais densas que hão-de vir.

Um pastor muito bem intencionado explicava certa vez numa "igreja" pentecostal que eu nos tempos de ignorância lá jazia, que a história da igreja foi de restauração em restauração: depois de perder uma série de valias ao longo da história, do mesmo jeito agora ia readquirindo o que havia perdido: Palavra - Espírito - Apóstolos.

É a isto que a Igreja de Cristo está reduzida nestes dias maus??? Instrução medíocre deste baixíssimo nível? É esta a Palavra que um ministro do Evangelho de Cristo apresente à menina dos olhos de Deus? Ora, já Calvino, como se encontra parcialmente acima de um excerto das Institutas, se debatia com monstros das profundezas espirituosos (mistura de espirituais e gasosos - fedendo a estultícia) que não têm remédio e apenas a sepultura lhes dará a noção da realidade dos seus erros.

Apenas contínuo a escrever assim, não para que os que se mantêm nas asneiras pentecostais blasfemas acordem (pois não creio que o façam), mas que:

outros não percam como eu

dez, vinte, ou um ano apenas

entre anedotas e charadas

entre linhas das Escrituras Sagradas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Calvin’s Battle for the Reformation" Conference in Portugal



Last Wednesday and Thursday (3-4, June), I gave two speeches at a conference in Lisbon, Portugal entitled " Calvin’s Battle for the Reformation." The event was sponsored by a Portuguese denomination, the Christian Presbyterian Church of Portugal (Igreja Cristã Presbiteriana de Portugal, ICPP). The organising committee did a fine job, hanging an attractive banner announcing the conference theme at the front of the church and providing attendees with a helpful programme and a booklet containing excerpts from Calvin’s Institutes of the Christian Religion.

On the first night, the saints assembled to learn about the great Genevan Reformer, while in the nearby Sporting Lisbon football stadium the devil provided entertainment for some of his slaves through Australian rock band AC/DC. Thankfully the racket could not be heard in our church building and the main difficulties caused by the concert were increased traffic and the scarcity of parking spots. Before the first lecture, Nuno Pinheiro (the interpreter), Rev. Manuel Luzia (Nuno’s pastor and an organiser of the conference) and I were interviewed before the TV cameras of the Evangelical Alliance of Portugal. The cameras stayed around to record the start of the speech. Some of this footage is to appear later on Portuguese national television.

As well as native Portuguese, attendees included those who originated in the US, Brazil and Sâo Tomé, an island off west Africa and a former Portuguese colony. Calvin would have approved of the singing of Psalms 1 and 100; he used to sing to the tune of the latter in St. Pierre’s Cathedral in Geneva. The saints in Lisbon were a most appreciative audience, listening very well as I spoke a sentence or clause in English and Nuno translated it into Portuguese. The people were very engaged in the question and answer periods after both speeches, with questions ranging from the execution of Servetus and the state of the Church of England to key points of Calvin’s theology for today and the way forward for Reformed churches in the twenty-first century.
Those whose English was up to it bought a number of books on or by Calvin and other literature, and took DVDs of debates on Calvinism and charismaticism plus free pamphlets. The two meetings were recorded on camcorder and should be going on-line in the next few days (http://presbiteriana.com.sapo.pt/).

Rev. Luzia, the saints of the ICPP and other visitors asked me to pass on their regards to the CPRC and to let you know that they are praying for you. Greetings also from Nuno and Alina Pinheiro who were with us in Ballymena for a long weekend at the start of May and who, with their children Tarsis, Tamar and Lucas, attended the 2008 British Reformed Fellowship Conference in Co. Fermanagh. Nuno and Alina and their children made delightful hosts for our time in the Lisbon area and we were superbly treated by them and our Portuguese fellow believers.

Photos from the Calvin conference in Portugal can be viewed online (http://presbiteriana.com.sapo.pt/3junho.htm and http://presbiteriana.com.sapo.pt/4junho.htm). Rev. Francisco Moura, who attended the conference, has a report on it on his blog (http://franciscomoura.blogspot.com/2009/06/conferencia-batalha-de-calvino-pela.html).

Let us pray for the cause of Christ in Portugal!

By grace,
Pastor

Left to right: Rev. Glenn Camenisch, Gerson Júnior, Nuno Pinheiro, Rev. Stewart and Rev. Manuel Luzia