O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Porque Mudei de Igreja Local Duas Vezes


Quando me converti em 1997 lendo a minha Bíblia a sós no meu quarto da residência da faculdade, tendo por isso tomado consciência de meus pecados e de minha separação de Deus, antevendo o meu julgamento e a minha ruína, procurei uma igreja onde pudesse continuar a crescer na graça e no conhecimento do Senhor e Autor da Bíblia Sagrada.


Minha preocupação foi tal que procurei conselho de um pastor, que era meu familiar e já se aposentara. Ele assegurou-me que ao invés de ir para a denominação dele, Deus me iria dirigir melhor e até ao fim da jornada. Disse-me também que nunca me comprometesse com heresia e hipocrisia, dizendo "procura permanecer numa igreja que prega fielmente a Escritura e viva a Escritura que prega". Estas palavras que então me pareceram vagas, se tornaram um forte farol iluminando a noite escura.


A Confissão Belga diz no seu artigo nº 29 que "As marcas para conhecer a verdadeira igreja são estas: ela mantém a pura pregação do Evangelho, a pura administração dos sacramentos como Cristo os instituiu, e o exercício da disciplina eclesiástica para castigar os pecados. Em resumo: ela se orienta segundo a pura Palavra de Deus, rejeitando todo o contrário a esta Palavra e reconhecendo Jesus Cristo como o único Cabeça. Assim, com certeza, se pode conhecer a verdadeira igreja; e a ninguém convém separar-se dela."


Não devemos nos apartar como alguns da igreja por motivos mundanos ou egoístas, pois isso seria um agravo ao Espírito Santo e uma desobediência ao Senhor Jesus Cristo. Contudo, nos tempos trabalhosos de nossos dias (2 Tm 3:1) devemos manter o nosso compromisso com Cristo acima de qualquer benefício próprio, e honrar a Deus mais do que a qualquer homem (Jo 5:44).


A Confissão Belga ainda no mesmo artigo acrescenta, "Quanto à falsa igreja, ela atribui mais poder e autoridade a si mesma e a seus regulamentos do que à Palavra de Deus e não quer submeter-se ao jugo de Cristo. Ela não administra os sacramentos como Cristo ordenou em sua Palavra, mas acrescenta ou elimina o que lhe convém. Ela se baseia mais nos homens que em Cristo. Ela persegue aqueles que vivem de maneira santa, conforme a Palavra de Deus, e que lhe repreendem os pecados, a avareza e a idolatria. É fácil conhecer estas duas igrejas e distingui-las uma da outra."


Sei que é difícil para tantos que são endoutrinados no erro escaparem às malhas tecidas em suas mentes, pois também não têm eles mesmo o cuidado e o zelo interior que o têm exteriormente nos seus "cultos" irreverentes e desordenados. A condenação será dada naquele dia, pois não atentaram para o que de mais sagrado foi entregue aos fiéis para seguir e obedecer: A Bíblia!


Deixei o erro do Pentecostalismo (que talvez na última situação fosse mais um erro carismático, por sua moderação) simplesmente porque é algo contrário ao ensino que Cristo deixou em Sua Palavra. O Pentecostalismo é algo que qualquer um com um pouco de zelo pela Palavra pode realmente verificar que deriva como aberração do Arminianismo e é algo que está em silêncio absoluto na Sagrada Escritura.


Do Espírito Santo que muitos cuidam seguir lembremo-nos que "João nos diz em sua primeira epístola, testar os espíritos para ver se eles procedem de Deus. Existem muitos espíritos hoje que são chamados de Espírito Santo. A Palavra de Deus dirá. Dirá a qualquer um que queria ouvir. Dirá a alguém que seja iluminado pelo Espírito. Paulo fala precisamente de tudo isso em 1 Coríntios 2:10-16, uma passagem que está precisamente no contexto de sua pregação da Palavra de Deus aos coríntios. Ele escreve: "Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." Quando alguém alega, portanto, permanecer numa denominação apóstata que não pode ser resgatada aos caminhos da verdade e da justiça; quando ele sabe que um testemunho fiel da verdade pode acontecer somente por meio da separação, então ele pode estar certo que o Espírito não lhe dirá para permanecer mais um pouco. E ele não deve falar sobre esperar a direcção do Espírito nesse assunto. (Prof. Herman Hanko)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (8)


(18) Se Cristo morreu absolutamente por todos, então porque não são todos realmente salvos? Romanos 6 torna claro que aqueles que estão em Cristo na Sua morte estão mortos para o pecado e "vivos para Deus" (11), e serão ressuscitados corporalmente para a glória (5). Mas muitos passam todos os seus dias "mortos em delitos e pecados" (Ef. 2:1) e serão levantados na "ressurreição da condenação" (João 5:29). Nós só podemos concluir que eles não estão unidos a Cristo na Sua morte (i.e., Cristo não morreu por eles). Pois se os réprobas estivessem unidos a Cristo na Sua morte (i.e., se Cristo morreu por eles), eles viveriam para Deus.

A Escritura ensina que quer a fé (Ef. 2:8-9; Fl. 1:29) quer o arrependimento (Actos 5:31; 11:18; II Tm. 2:25) são dons da graça de Deus. Fé e arrependimento são parte das "bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Ef. 1:3). As bênçãos de Deus em Cristo vieram pela cruz de Cristo (Rm. 8:32; Gl. 3:13-14). Mas "a fé não é de todos" (II Ts. 3:2) nem todos se arrependem (Ap. 16:11). Logo a fé e o arrependimento não foram comprados para todos, cabeça a cabeça, a cruz e por isso Cristo não morreu por todos.

Tito 2:14 explica que o propósito de Cristo na Sua redenção na cruz é a santificação do Seu próprio "povo peculiar" que nós fossemos um povo purificado e "zeloso de boas obras". Mas muitos morrem na "imundície" (Ap. 22:11) por causa das suas "obras de impiedade" (Judas 15). Uma vez que o propósito de Deus omnipotente é firme (Rm 9:11) e nunca pode ser resistido (II Cr. 20:6), não foi propósito de Cristo de santificar e redimir o réproba pela Sua cruz. Logo Ele não morreu por eles.

(19) Se Cristo derramou Seu sangue para redimir todos, cabeça a cabeça, então os credos das igrejas Reformadas, no continente, nas Ilhas Britânicas e por todo o mundo, ensinam falsa doutrina neste ponto. Os Cânones de Dort - a maior assembleia de Protestantes Reformados de sempre - claramente afirma que Cristo redimiu os eleitos "e somente aqueles" (2:8) e que aqueles que ensinam que Ele morreu por absolutamente todos "desprezam a morte de Cristo" e "evocam do inferno o erro pelagiano" (2.R.3). B. B. Warfield escreveu que os Cânones foram "publicados autoritativamente em 1619 do encontro do Sínodo [Holandês] com a ajuda de um grande corpo de assessores estrangeiros, representativo de praticamente todo o mundo Reformado. Os Cânones... por isso... [possuem] a autoridade moral dos decretos de praticamente um Concelho Ecuménico através de todo o corpo das Igrejas Reformadas" (Works, vol. 9, p. 144).


A Confissão de Fé de Westminster declara, "Nem há outros redimidos por Cristo... mas somente os eleitos" (3.6; cf. 8:1; 11:4; 13:1). Estes artigos foram copiados na Declaração de Savoy e na Confissão Baptista. Ainda, todos os credos Presbiterianos, Congregacionais e Baptistas ensinam a Expiação Limitada ou Redenção Particular. Lembremo-nos também que todos que recitam o Breve Catecismo de Westminster confessam que Jesus Cristo é o "único Redentor dos eleitos de Deus" (A 21). Como temos visto nos números anteriores desta matéria, os credos Reformados simplesmente apresentam o ensino Bíblico sobre este assunto. Tomemos sem demora a verdade da Escritura e honremos o crucificado e vitorioso Cristo!

Rev. Stewart


* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (7)


(16) Outro argumento contra a expiação ilimitada flui da doutrina da Santíssima Trindade. O Pai escolheu salvar os eleitos somente e não os réprobas, o Espírito aplica a redenção aos eleitos somente e não aos réprobas, mas o Filho (alegadamente) morreu pelos eleitos e pelos réprobas. Então há uma discrepância entre a extenção da obra salvítica do Pai e do Espírito (eleitos mas não réprobas) e a extenção da obra salvítica do Filho (eleitos e réprobas). Onde está então a unidade entre as três Pessoas de Deus? Não são todos de "uma só mente" e não têm todos um propósito. De facto, uma Pessoa da Trindade (o Filho) está a trabalhar para um objectivo (a salvação dos réprobas) não repartida pelas outras duas Pessoas (o Pai e o Espírito). O Pai elege o Seu povo para ser redimido, o Espírito aplica esta redenção aos mesmos eleitos, mas o Filho (alegadamente) morre para redimir alguns a quem o Pai escolheu não redimir e alguns a quem o Espírito não quer aplicar a redenção. O ensino da morte de Cristo por todos os homens cabeça a cabeça é proíbida pela doutrina Cristã da Santíssima Trindade e vai contra as afirmações da Escritura acerca da unidade da extenção da obra salvítica do Pai e do Filho (João 10:15-17; Rom. 3:25-26; II Cor. 5:18-19; Ef. 1:4-7), o Filho e o Espírito (Gal. 4:4-6; Heb. 9:14), e o Pai, o Filho e o Espírito (II Tess. 2:13-14; Tito 3:4-6; Ap. 1:4-6).

(17) A Expiação Universal é contrariada pela apresentação Bíblica da expiação de Cristo como uma obra que realmente salva. Cristo livrou-nos do reino do diabo (Heb. 2:14-15). He apazigoou a ira de Deus contra nós ao carregar sobre si a justa indignação de Deus contra os nossos pecados (I João 4:10). Ele reconciliou-nos (Rom. 5:10) e redimiu-nos (Gal. 3:13) e resgatou-nos (Mat. 20:28). A Escritura não ensina que Cristo torna a salvação possível pela Sua morte. Em parte alguma diz isso. A Bíblia ensina que Jesus realmente salva, reconcilia, redime e resgata-nos pela Sua cruz. Ele não o torna meramente possível a todos os homens serem salvos, reconciliados, redimidos e resgatados. Na cruz, Ele desviou a ira punitiva de Deus contra nós para sempre. Não é verdade que a ira de Jeová é apenas potencialmente desviada de todos os homens para todos poderem ser salvos, se eles, por um acto do seu "livre-arbitrio", escolherem Jesus. Mais ainda, esta visão faria a entrada no reino de Deus depender da decisão do homem e não da eleição de Deus.

Se Jesus pagou o preço por todos os homens e no entanto alguns perecem no Inferno então a sacrifício de Cristo não salva realmente aqueles por quem foi feito. Então, também não é substitutivo, porque se Ele levou o castigo do répobra - no seu lugar! - então porque perecem? Se alguns acabam no Inferno por quem Cristo morreu, então Deus pune os seus pecados duas vezes, uma em Cristo e uma neles. Como pode um Deus infinitamente justo requerer pagamento a dobrar pelos pecados? Como pode exigir castigo ao pecador no Inferno quando já foi satisfeita pelos seus pecados? E como podem alguns por quem Cristo salvou, reconciliou, redimiu e resgatou habitarem para sempre como inimigis de Deus na prisão do Inferno? Lembra-te: não há condenação para aqueles por quem Cristo morreu (Rom. 8:34).

Rev. Stewart
* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (6)


(15) Consideremos um argumento de Romanos 8 contra a morte de Cristo por todos os homens, cabeça por cabeça. Romanos 8:28-30 fala acerca de um povo que Deus pré-conheceu, predestinado, chamado segundo o Seu propósito, justificado, glorificado e conforme a imagem do Seu Filho. O apóstolo tira a seguinte conclusão: "Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (31). "Pois" ou "portanto" indica que isto é uma inferência lógica baseado nos seus argumentos anteriores, aqui chamados "estas coisas". O "nós" só podem ser aqueles predestinados (ou eleitos) e chamados conforme o propósito eterno de Deus (28-30). Então o argumento de Paulo é este: se Deus é "por nós" (31) na predestinação, chamado, justificação e glorificação (29-30), então "quem pode ser contra nós?" (31). Ou para expandir sobre isto: se Deus no Seu eterno decreto tem-nos escolhido para eterno gozo, chamou-nos das trevas para a Sua maravilhosa luz, absolveu-nos de todos os nossos pecados e reputou-nos justos com a mesma justiça do próprio Cristo, e glorificou-nos ao conformar-nos com a imagem do Seu Filho, então "quem pode ser contra nós?" (31).

O apóstolo reforça o seu já forte argumento com outro: " Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?" (32). Quem é o "nós" referido duas vezes aqui por quem Deus enviou o Seu Filho para morrer? Outra vez, eles são aqueles predestinados e chamados de acordo com o eterno propósito de Deus (28-30). A única conclusão é que Cristo morreu pelos eleitos.

Se for objectado que Cristo também morreu pelos não-eleitos, então nós respondemos que a passagem dá nenhuma pista sobre isso. De facto, isto fará a passagem ensinar que Deus enviou o Seu Filho para morrer por aqueles que não são predestinados nem chamados, justificados, glorificados ou conformes a Cristo. Também, se for argumentado que Cristo morreu pelos réprobos, isto fará a passagem ensinar que os réprobos vão receber todas as bênçãos da Sua cruz. Porque o verso 32 ensina que Deus livremente dá todas as coisas àqueles por quem Cristo morreu. O "todas as coisas" inclui liberdade da lei do pecado e da morte (2), vida e paz (6), adopção como filhos de Deus (14), o testemunho do Espírito (16), uma herança eterna (17), a redenção do corpo (23), a capacidade de orar no Espírito (26), etc. Para além disso, o "todas as coisas" também incluirá as bênçãos da justificação, chamado, glorificação e conformidade com Cristo (29-30) de acordo com a predestinação eterna de Deus! Então, a visão que Jesus morreu por reprovados lido em Romanos 8:32 significaria que Deus dá livremente as bênçãos da justificação, chamado e glorificação aos reprovados, aqueles a quem Ele nunca chama, justifica ou glorifica. Este versículo ensina uma ligação absolutamente inseparável entre aqueles por quem Cristo morreu e as bênçãos espirituais. Alguns não recebem estas bênçãos. Logo, Jesus não morreu por eles.

A passagem prossegue em dizer que nenhuma acusação (33) e nenhuma condenação (34) pode ser feita contra aqueles que são justificados (33), aqueles por quem Cristo morreu (34). Mas muitas acusações são justamente feitas pelo Deus dos céus contra os malditos réprobas de modo a serem condenados! Isto é assim porque eles não são justificados (33) porque Cristo não morreu por eles e não intercede por eles (34).


Rev. Stewart

* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (5)


Consideremos mais dois argumentos contra a morte de Cristo por todos, cabeça por cabeça.


(13) Efésios 1:3 ensina que nós fomos abençoados "todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo." Estas bênçãos chegam a nós porque "também nos elegeu nele antes da fundação do mundo" (4). Isto é, nós recebemos todas estas bênçãos de acordo com a nossa eterna eleição (4) e predestinação (5). Efésios 1 enumera algumas das nossas bênçãos espirituais: santidade (4), adopção (5), aceitação (6), redenção (7), o perdão dos pecados (7), o conhecimento da vontade de Deus (9), o selo do Espírito Santo (13) e uma herança eterna (11, 14). Nós não só somos abençoados de acordo com a nossa eleição (4, 5), mas todos os eleitos têm "todas as bênçãos espirituais" (3). Por outro lado, o facto dos réprobos não serem abençoados com nenhuma destas bênçãos espirituais é também de acordo com o eterno "propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" (11).

Agora recorda, uma das bênçãos espirituais é " a redenção pelo seu sangue" (7). Então a redenção e o derramamento de sangue de Cristo são requisitos daquelas bênçãos espirituais que vêm a nós porque "nos elegeu nele antes da fundação do mundo" (4). Portanto Cristo redimiu, derramou o Seu sangue e morreu pelos eleitos e não pelos réprobos. Então os eleitos são perdoados (7), adoptados (5), aceites (6), feitos santos (4) e selados com o Espírito (13) para sua herança eterna (11, 14) na base na morte sacrificial de Cristo. O réprobo não recebe nenhuma das bênçãos espirituais da morte de cristo, porque Ele não morreu por eles.


(14) Outro ponto nem sempre considerado nesta ligação envolve os sacrifícios do VT que eram tipos da morte de Cristo. Se Cristo morreu pelos pecados de todos, então é de se esperar que isto tenha reflexo no sistema sacrificial. Levítico 1-7, a passagem central dos sacrifícios Mosaicos, fala das ofertas queimadas, das ofertas de alimentos, a oferta pacífica, a oferta do pecado e a oferta da transgressão. Estes sacrifícios são sempre particulares, por Israel, pela igreja (Lev. 1:2; 4:13; 7:36, 38), e em parte alguma lemos de uma expiação universal, uma oferta por todo individuo Judeu e Gentio.

Semelhantemente, no Dia do Sacrifício, o sumo sacerdote fazia um sacrifício pelos Israelitas, não pelos Moabitas ou Jebuseus (Lev. 16:16, 17, 19, 21, 34). Para além disso, o sumo sacerdote levava "os nomes [das doze tribos] dos filhos de Israel" - e não os nomes dos filhos de Esaú - na placa peitoral "sobre o seu coração, quando entrar no santuário," falando do Sua obra representativa e intercessória por eles (Ex. 28:29).

Que seja dito que os sacrifícios do VT falam de uma expiação por cada membro da nação de Israel, lembrando-nos do facto que "nem todos os que são de Israel são israelitas" (Rom. 9:6) e que o verdadeiro israelita não é o circuncidado na carne mas o circuncidado no espírito (Rom. 2:28-29). Cristo morreu pelo verdadeiro Israel e os tipos no VT apontam para a Sua redenção do espiritual "Israel de Deus" (Gal. 6:16).


Rev. Stewart


* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (4)


Neste tema, nós continuamos a nossa crítica ao sacrifício ilimitado ao considerar diversos grupos por quem Jesus teria de ter morrido se esta teoria fosse verdadeira.


(10) Se Cristo morreu por todos, Ele deve ter morrido por Caím como também por Abel, Nimrod como também por Noé, Balaão como também por Moisés. Isto servirá bem também para nações. Cristo deve ter resgatado não só Israel mas também os amalequitas (Ex. 17:14-16), os cananitas (Js. 11:20), os amorreus (incluindo Siom; Dt. 2:30), os filisteus (incluindo Golias) e os edomitas (Ml. 1:2-5). Ele até deve ter entregue a si próprio como sacrifício por Faraó (Ex. 4:21; Rm 9:17) e pelos egípcios (Ex. 14:17), apesar de não ter sido feita qualquer provisão para a aplicação do sangue dos cordeiros sobre as ombreiras de suas portas.

(11) Se Cristo morreu por todos os homens, então segue-se que Ele foi crucificado para salvar o "homem da perdição" (II Ts. 2:3) o qual "se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora"(4). Este homem é o cúmulo da obra do "mistério da injustiça"(7), o tal que opera com "todo o engano da injustiça" (10) esse "cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira"(9). É então possível que o Pai tenha enviado Cristo para morrer pelo homem de Satanás, o "homem do pecado" e o "filho da perdição"(3), o que é todo caracterizado por iniquidade e destruição eterna? É então possível que o eterno, omnisciente Deus enviou o Seu Filho para reconciliar o que pratica iniquidade aquele a quem Ele ordenou que seria destruído pelo "Espírito da boca [de Cristo]" e "pelo esplendor da Sua vinda"(8)?
II Tessalonicenses 2 também fala acerca dos seguidores do homem do pecado. Eles rejeitam a verdade e o filho da perdição engana-os, e por isso ambos são culpados (10). Mas também lemos que "Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados" (11-12). Se Deus os amou e enviou Cristo para morrer por eles e quer salvá-los, então porque Ele envia um forte engano de forma a eles crerem na mentira de forma a serem julgados?
Semelhantemente, a morte de Cristo por todos em absoluto apresenta Cristo como oferecendo a si mesmo como sacrifício pela besta e pelo falso profeta, sobre quem nos é dito que "foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre" (Ap. 19:20). Para além disso, "aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo" (Ap. 20:15). Se Cristo morreu por eles, Seu resgate nada fez para os libertar do castigo eterno.

(12) No Seu ministério público Jesus falou do pecado imperdoável: "se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro" (Mt. 12:32). Nem estava Jesus a falar em abstracto; alguns dos seus ouvintes naquele dia haviam cometido esse pecado (22-37). Jesus sabia então que algumas pessoas, incluindo os estes fariseus (24), não poderiam ser perdoados. Que sentido existe em Jesus morrer para a redenção e perdão (Ef. 1:7) dos que absolutamente não poderiam ser perdoados? Se há algumas pessoas que Ele "não tem por inocente" (Naum 1:3), porquê morreria Cristo para estabelecer a base para os absolver?


Rev. Stewart

* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (3)


Nas últimas duas exposições da matéria, nós levantámos sete objecções contra a noção muito popular que Jesus deu a Sua vida para remir os pecados de todos os homens sem excepção. Por favor, consultem as vossas Bíblias à medida que acompanham os argumentos #8-9 abaixo, em especial o #9.


  • (8) Se Cristo morreu absolutamente por todos (e o Seu sacrifício é seguramente motivado pelo amor; Ef. 5:25; Jo 3:16), então Ele também amou e morreu pela falsa igreja, a prostituta das multidões que fornicam com ela na sua adoração corrupta (Ap. 17:1-2, 15). Mas Efésios 5:25 ensina que Cristo "amou a igreja, e se deu por ela." Nenhuma menção é feita aqui a um amor de Cristo ou a uma morte de Cristo por aquilo que não é a verdadeira igreja que é santificada pela Palavra de Deus purificadora (26) e apresentada sem mancha no último dia (27). Se Cristo amou e morreu por todos, cabeça por cabeça [que necessariamente inclui a falsa igreja], então Cristo n"amou a igreja [e a falsa igreja], e se entregou por [elas]." Mas os maridos são ordenados a "amem as vossas esposas, tal como Cristo amou a igreja [e a falsa igreja]" (25). Então os maridos terão de amar as suas esposas como Cristo ama a Sua noiva e a prostituta, a falsa igreja.
    Mas a Escritura ensina que Cristo tem uma noiva, a igreja de todas as eras (Ap. 21:2). Ele amou-a e se entregou por ela somente. Isto, e não a teoria de que Jesus amou e morreu por toda a gente, é a verdade da cruz, e o modelo para os maridos cristãos.

  • (9) Isaías 53 é o melhor capítulo no VT, e possivelmente em toda a Bíblia, acerca do sacrifício substitutivo de Cristo. A palavra "nossas" por cujos os pecados Cristo foi "ferido" (4-6) é dada nomes específicos: "meu povo" (8), "sua posteridade" ou "sua semente" (10), e os "muitos" - não todos os homens, cabeça por cabeça (11-12). Eles são o prazer do Senhor que "prosperará nas suas mãos" (10). Deus nunca fez o reprovado "prosperar nas suas mãos" e nunca teve prazer neles. Eles não são a Sua semente, povo ou prazer; e por isso Jesus não morreu por eles.
    Aqueles por quem Cristo morreu "são curados" pelas "suas pisaduras" (5). Não é meramente que eles poderão ser curados se eles crerem, mas eles são realmente curados. Aqueles por quem os pecados Cristo carregou são também justificados: " o meu servo justo justificará a muitos, e as iniquidades deles levará sobre si " (11). O povo eleito de Deus (8) são justificados porque Cristo carregou o nosso castigo (11). O réprobo não é justificado, logo Cristo não o remiu. É para os "muitos" cujos os pecados Ele carregou que Cristo intercede (12). Lembra-te, Jesus disse, "não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me tens dado" (João 17:9). Os "muitos" por quem Cristo sofreu e por quem Ele ora são os eleitos, não o mundo réprobo. Neste sentido, Jesus é perfeitamente "satisfeito" (Isaías 53:11). Se alguns daqueles por quem Ele foi "ferido" (8) e por quem Ele intercede (12) não forem curados (5) e justificados (11) e não "prosperem nas suas mãos" (10) e não recebam uma parte do Seu "despojo" (12), Cristo não é satisfeito. Até se só uma alma perecer por quem Cristo morreu, o propósito de Cristo não é totalmente realizado, o Seu sacrifício não é totalmente bem sucedido e Ele está insatisfeito.
Rev. Stewart
* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (2)


No último post nós começamos a críticar a posição largamente mantida de que Cristo derramou o Seu sangue para redimir todas as pessoas, cabeça por cabeça. Agora nós devemos acrescentar aos prévios quatros argumentos, três outros baseados nas designações da Escritura aos quais Cristo dirigiu a Sua morte.
(5) Cristo morreu pelo Seu "povo" (Mt.1:21) e pelos Seus "amigos" (João 15:13). O "povo" que Cristo redimiu é depois descrito como "sua semente" (Isa. 53:10) e não a semente da serpente (Gen. 3:15); Seus "filhos," "crianças" e "irmãos" (Heb. 2:10-14) e não "bastardos" (Heb.12:8); Suas "ovelhas" (João 10:15) e não "os bodes" (Mt. 25:33); Sua "igreja" (Actos 20:28; Ef. 5:25) e não a "sinagoga de Satanás" (Ap. 3:9); e os "muitos" (Isa. 53:11-12; Mt. 26:28) e não todos, cabeça por cabeça.
(6) Em João 10, Jesus ensina que Ele, o bom pastor, morreu pelas Suas Ovelhas (11, 15). Mais tarde, Jesus disse a algumas pessoas que elas não eram Suas ovelhas e que este era o motivo pelo qual elas não acreditavam: " Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas" (26). O nosso argumento é simples: Jesus morreu pelas Suas ovelhas; Ele disse a certas pessoas que elas não eram Suas ovelhas; por isso Jesus não morreu por elas. Jesus também disse que as Suas ovelhas foram-lhe dadas pelo Seu Pai ("Meu Pai, que mas deu" 29). O Pai deu as ovelhas a Cristo no Seu eterno propósito de eleição para que Ele pudesse morrer por elas e reuni-las de todas as nações (16). Uma vez que Cristo morreu por Suas ovelhas, e Suas ovelhas são os eleitos, Cristo morreu pelos eleitos.
(7) Na Sua oração sacerdotal, Cristo diz, "Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus" (João 17:9). Se Jesus não fez a pequena coisa (orar pelo mundo), é de todo compreensível que tenha feito a maior coisa (morrer pelo mundo)? Para mais, a intercessão é um dos dois aspectos da obra sacerdotal de Cristo. Se Cristo não orou pelo mundo (um aspecto do seu trabalho sacerdotal), é possível que Ele tenha morrido pelo mundo(o outro aspecto do Seu trabalho sacerdotal)? Isto destruíria a unidade do ofício sacerdotal de Cristo porque Ele teria morrido por aqueles por quem Ele não teria (e não tem) intercedido. Considere que Cristo ora na base da da Sua obra de redenção consumada. Por isso, se Cristo não orou pelo mundo, é porque Ele não morreu para redimir o mundo.
Lembre-se também que Jesus está aqui a orar horas antes da cruz e com os olhos na Sua morte sacrificial, porque Ele diz, "Pai, a hora é chegada". Ao longo de João 17, as orações de Cristo (e por isso a Sua obra redentora) são particulares, somente para os eleitos, aqueles que o Pai Lhe deu (2, 6, 9, 11, 12, 24). Cristo diz, "E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade" (19). A santificação de Cristo é a Sua separação de todo o pecado para fazer a vontade d'Aquele que O enviou. Cristo se separou especialmente como nosso necessário sacríficio na cruz. E isto, Ele diz-nos, foi porque "os tens amado", aqueles quem o Pai Lhe deu, os eleitos. Assim, as orações e o sacrifício de Cristo não só foram particulares - "aqueles que me deste" (9) - mas também exclusivos, "não pelo mundo" (9).

Rev. Stewart

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A Expiação Universal É Verdadeira? (1)


Uma parte dos leitores têm perguntado acerca da amplitude do propósito da expiação, isto é, por quem morreu Cristo? Esta questão é especialmente importante porque muitos evangélicos acreditam hoje em dia que Jesus derramou o Seu sangue por todas as pessoas, cabeça por cabeça, não excluindo ninguém. Esta perspectiva é pregada em muitos púlpitos e largamente promovida em livros e panfletos. Mas esta posição precisa ser analisada muito cuidadosamente. É realmente verdade que Jesus deu a Sua vida para salvar todos sem excepção? Deixem-nos perguntar algumas questões acerca deste ponto de vista.

  1. Como pôde o Deus Triúno, que possui sabedoria e compreensão infinitas, enviar o Seu muito amado Filho salvar do pecado e do Inferno aqueles que já estavam no Inferno, um lugar do qual os malditos não podem sair (cf. Lucas 16:26)?
  2. Deus enviou a Sua Palavra a somente uma nação, os Israelitas, durante o tempo Velho Testamento, e "Não fez assim a nenhuma outra nação" (Sl. 147:19-20; Actos 14:16). Mais ainda, Jeová também não enviou o evangelho para todos no tempo do Novo Testamento (cf. Actos 16:6-8; Mt. 24:14). Porquê então enviaria Deus Cristo para morrer por aqueles que nunca iriam ouvir o evangelho e por isso nunca poderiam ser salvos (Rm. 10:14, 17)?
  3. A Bíblia ensina que Judas era "o filho da perdição" (João 17:12), isto é, um homem todo caracterizado pela perdição, ruína e eterna destruição. Morreu Jesus realmente por Judas quando Ele sabia que o Velho Testamento já tinha profetizado que Judas O iria trair (Sl. 41:9) e "para ir para o seu próprio lugar", nomeadamente Inferno (Actos 1:25; Sl. 109; João 17:12)?
  4. A Escritura afirma que Deus odiou Esaú (Rom. 9:13) mas onde for que se fale da expiação de Cristo é como o fruto do amor de Deus (e.g., João 3:16; 15:13; Rom. 5:8; I João 4:10). Como então pôde Deus enviar Cristo, em Seu infinito, eterno e imensurável amor (Ef. 3:18-19) para morrer por Esaú o qual Ele odiava?

Rev. Angus Stewart

* Tradução da série de 8 partes do ensino sobre a doutrina da Expiação da Covenant Protestant Reformed Church, em http://www.cprc.co.uk/

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Oração e Desvendar os Mistérios da Fé

Mateus 6

"Portanto, orai vós deste modo:
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dá hoje;
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;
e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal.
[Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]"
  • No passado Domingo o meu pastor pregou sobre uma comida que Jesus tinha para comer e que os discípulos não conheciam, com base no texto de João 4:31-34. Esta comida era a observância da vontade do Pai, a obediência a Deus. Ao meditar sobre esse poderoso sermão veio-me ao coração o que Jesus ensinou como orar aos seus discípulos e sobre o pão nosso de cada dia. Vemos como este ensino do "Pai Nosso", o pão vem na mesma sequência, priorizando a vontade do Pai sobre a terra.
  • E apesar de nos esquecermos de pedir o pão que precisamos diariamente em nossas orações, evidenciando alguma auto-suficiência ou confiança nas nossas próprias riquezas, e relegarmos somente para as acções de graças esta bênção de Deus, só fará sentido pedir pão quando os nossos corações estiverem almejando mais a vontade de Deus do que a vontade de comer. Como li algures, um jejum ajudará a alcançar esta meta.
  • Mas será pacífico que estejamos ainda ignorantes em nossa vida prática dessa comida que Jesus tinha para comer?

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O Conceito de Liberdade


E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32


Liberdade é no entendimento de muitos, o fazer o que se tiver vontade de fazer sem limites. Esta ideia anárquica penetrou no caldeirão da sociedade e tem sido aceite largamente pela igreja, que é o sal da terra. Será que Jesus ensinou esse conceito de liberdade? Cada palavra das Escrituras tem um significado próprio obedecendo a uma gíria definida internamente pela própria Escritura. A linguagem judicial, a linguagem aeronáutica, a linguagem agrícola, a linguagem empresarial, a linguagem matemática, cada uma delas tem o seu próprio vocabulário e quem ama uma determinada área ama a sua linguagem. Palavras que na Bíblia gotejam doutrina também carregam um significado próprio. Liberdade não foge à regra.
Liberdade não foge às regras nem às leis. Um pássaro voa livremente sobre as leis da aeronáutica e por isso voa seguramente. Um acusado inocente sai em liberdade por causa das leis que lhe garantem a absolvição. Um agricultor leva alegre a sua colheita para o celeiro graças à lei que Deus colocou na terra e na semente. Um matemático confia na imutabilidade de um resultado resultante de uma lei matemática. A Lei divina confere liberdade ao povo escolhido:
"Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito. Tiago 1:25"
O que é a verdade? A Palavra de Deus é a verdade. Cristo é a verdade. Conhecendo a Cristo pela Palavra de Deus, temos acesso à verdade e na observância dessa verdade, isto é, pela obediência à verdade temos acesso à Liberdade dos filhos de Deus.
"Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Romanos 8:21 "
Ser livre é ter a capacidade de fazer o que é verdadeiro, puro, amável, justo, bom, agradável, de boa fama e de edificação para si e para o seu próximo. Toda a escolha que envereda por um caminho de matar, roubar e destruir é uma verdadeira e pura escravatura. Claramente todos concordaríamos que ser livre não é optar por se ficar paralítico, mas de andar em segurança e com a mobilidade que em potencial se tem.
Ser livre é uma exclusividade e um privilégio dos eleitos e santos do Senhor. Cheios de verdade e por ela glorificando a Deus em nossas vidas... livres para o adorarmos!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A Bíblia Diz: A Salvação Arminiana é Impossivel




"Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." Mateus 19:25-26




A proposta feita no Jardim do Éden por Satanás, mantém-se no imaginário de muitos. Seremos capazes por nossos próprios meios, mesmo fazendo uso do que Deus criou (quer seja nossa capacidade de raciocinar, quer seja no caso o fruto na árvore da ciência), de nos conduzirmos por um caminho que nos salvará. À questão de quem poderá pois se salvar, o Senhor Jesus respondeu que aos homens, isso é impossível. Assim, não é possível alguém se salvar, mas sim ser salvo por Deus. Os defensores de uma determinada autonomia do homem no que toca à salvação, escolhendo ou rejeitando a oferta que deverá ser apresentada a todos como se fosse Bíblico que Jesus tivesse morrido por toda a humanidade.


Um tóxico-dependente terá mais ou menos livre-arbítrio para com as drogas do que um pecador com o pecado? Será que não é isso que muitos pastores comprovam em suas experiências ao se depararem com aqueles que querem, mas logo se afastam? A fragilidade de uma salvação que estivesse realmente nas mãos de homens seria tal que ninguém poderia cantar e louvar com plena gratidão por tão grande salvação até concretizar seu check-in no céu. Pois tal não seria uma mui firme salvação de facto.

Mas porque a salvação de Cristo é restrita aos poucos escolhidos e não aberta aos muitos chamados, porque a salvação vem de Deus, é do Senhor, então a salvação é grande e firme. A carreira dos que seguem homens e seus intentos possibilitistas de salvarem-se levam à morte. A Deus tudo é possível! É possível a Deus salvar todos os homens que viveram? Sim, claro que é. No entanto Deus não sentiu prazer nisso, mas antes tem uns reservados para o juízo e ira eterna e outros para a paz com Ele e comunhão eterna. Deus é Deus, é por isso! Sabendo que Ele é Santo e Justo, podemos confiar e humilhai-nos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo nos exalte (1 Pedro 5:6).


"Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará." Tiago 4:8-10

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Justificação e o Calvinismo

A história de Lutero muda quando ele entende que o justo viverá da fé em Romanos 1:17. Como é possível termos tantos movimentos evangélicos pós-luteranos e não termos evidências práticas desta fé transformadora que sacudiu a religião à 500 anos atrás?
Eu tenho aprendido que os axiomas cristãos têm mudado enormemente nos últimos tempos e a agulha da fé tem sido transferida de um paradigma para outro. Estas implicações são complexas e têm conduzido aos mais diversos modelos modernos da fé evangélica. Os factos falam "per si".
Lutero sentia as pedradas da consciência serem atiradas contra si, condenando e oprimindo a sua alma num sofrimento imensurável. Este estado de desespero, que Arthur Pink refere em seu livro "O Antigo Evangelho", que o verdadeiro e completo conteúdo Bíblico nos conduz é o verdadeiro caminho difícil que nos conduz à salvação. Esta aflição chama pelo Consolador como nada o fará. Creio que quando a doutrina da eleição é levantada, restaurada, ensinada o temor cai no coração da congregação. Quando o homem percebe que não é ele o governador de nada, inclusive de seu próprio destino, ele desespera.
Paulo ensinou a verdade do justo viver pela fé na carta aos romanos e na carta aos gálatas. Esta verdade deve ser uma prática diária na vida de cada cristão. Esta verdade não pode ser apreciada por quem cuida que está em seu poder e determinação o seu destino eterno. Jesus disse "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós" para lembrar aos seus discípulos e a nós também que eles deveriam, pela fé, estar confiantes que "aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo".
A justificação é a remoção da culpa dos nossos pecados. A Lei intensifica essa culpa até se tornar uma pressão impossível de suportar. Deus nos coloca diante do Seu eterno conselho, reduzindo a nada o nosso orgulho e a nossa auto-confiança. Se Deus já escolheu um povo para si, antes da fundação do mundo, nosso ser sente a tristeza de não saber ou poder influenciar tal decisão já há muito tomada. Tal como Deus perguntou a , sentimos que nos pergunta a nós se por acaso nos pediu algum conselho quando estava a criar o universo e onde estávamos nós nesse tempo?
A culpa dos pecados já cometidos e as dúvidas que geram sobre o real perdão dos mesmos, esta luta diária só pode ser vencida pela fé em nosso salvador Jesus Cristo, quando acompanhada por uma plena sujeição à Sua pessoa e à Sua vontade nos mandamentos.
Essa justificação pela fé não nos garante porém que as pedras que já não são lançadas pela nossa consciência, pois temos paz com Deus, não venham pelas mãos daqueles que não estão do mesmo lado da trincheira...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Sem Medo dos "Apóstolos" do Erro!



"E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro." Apocalipse 21:14




Eu olho abismado para o surgir de negociantes do evangelho cada vez mais poderosos e em busca de importantes títulos que os destaquem dos meros mortais. Casos como o do fraudulento Tadeu da Igreja "Cristã" Maná que se chega a apresentar como Apóstolo Tadeu, merece não só o repúdio dos fiéis evangélicos, mas também e exposição de sua ímpia e vergonhosa conduta.

Não é preciso que larápios como o Édir Macedo, ou Harry Potters como Benny Hinn venham a público por seus escândalos pessoais de ganância, mas como evangélicos deveríamos antes de mais de cuidar da doutrina pura do evangelho em vez de andarmos a tapar o sol com a peneira.

Para estes vendilhões do milagre, digo eu, ou melhor a Bíblia responde "Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo" (2 Co 11:13), e ninguém pode estar mais certo de sua condenação eterna do que estes, pois por cima destas cabeças jazem as inúmeras promessas de juízo eterno de Deus!

A Bíblia mostra claramente que foram constituídos 12 apóstolos para que uma vez sentados em seus 12 tronos, julgassem as 12 tribos de Israel cumprindo as profecias do Antigo Testamento. E Paulo? E esta ein? E Paulo é o 13º apóstolo cujo o alcance lhe foi dado os gentios. Assim, a menos que hajam apóstolos de orangotangos e gorilas (o que por vezes é o que parece acontecer em igrejas com números dignos de circo), isto encerra um pleno apostolado sobre toda a raça humana. Ora, se estes apóstolos descritos na Bíblia cobrem toda a promessa feita a Abraão, abrangendo toda a raça, tribo e Nação, os supostos apóstolos que aparecem procedem de outra linhagem que conduz à noite de traição do Senhor...


Para a falta de coragem dos ditos protestantes contemporâneos eu acuso de falta de identidade. Contra os que acusam quem defende a verdade de estar a apontar o erro do próximo e esquecendo o próprio erro eu replico: à Lei e ao Testemunho! Houve tempos em que muitos eram atirados para serem queimados pois não era com falinhas mansas que acusavam Roma e as suas blasfémias.


Se não sabes quem és, não podes saber a quem serves.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Entrevista a Jonathan Edwards


Soberana Graça decidiu começar o ano em grande e entrevistar um dos maiores nomes do protestantismo e avivamento evangélico, o maior teólogo americano de todos os tempos, missionário e pastor, o Reverendo Jonathan Edwards.


Soberana Graça: Dr. Jonathan Edwards, é um prazer tê-lo aqui e pedir que nos ajude a entender estes tempos tão complexos que vivemos nestes dias. Concerteza haverá perguntas que o irmão não terá resposta pois no seu tempo não tinham este tipo de problemas. O que pensa ser o mais importante para a igreja de hoje, que é a igreja do seu futuro?


Jonathan Edwards: O divino amor, o amor cristão, é implantado, habita e reina ali em cada um dos verdadeiros membros da igreja invisível de Cristo, como um eterno fruto do Espírito, e como um fruto que nunca cessa. Ele nunca cessa neste mundo, mas permanece através de todas as provações e oposições, pois o apóstolo nos diz que "nada nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." Rm 8:38, 39.


SG: Reverendo, sabendo que é um avivalista, um pregador que tem na sua experiência um dos maiores avivamentos da história do cristianismo, onde se viram muitas manifestações do Espírito e que escreveu sobre elas, o que nos pode dizer sobre a necessidade desses dons especiais que agiam no tempo dos apóstolos para os desafios do século 21?


JE: Vários teólogos têm sido da opinião que, quando vier a glória da igreja nos últimos dias, da qual é falada na Palavra de Deus, haverá novamente profetas e homens dotados com os dons de línguas e de operação de milagres, como foi nos tempos dos apóstolos; e alguns que estão vivendo agora (século 18) parecem ser da mesma opinião.


SG: Então podemos entender que os dons trazem maior glória à igreja e são prova da sua maturidade e perfeição?


JE: Profecia e milagres indicam imperfeição no estado da igreja, em vez de sua perfeição.


SG: Como assim?


JE: O estado futuro da igreja sendo assim muito mais perfeito do que nos tempos anteriores, não se inclina a provar que naquele tempo haverá dons miraculosos, mas antes o contrário.


SG: Então não concorda com esses teólogos que já defendiam isso no seu tempo?


JE: Os dons são meios designados por Deus como uma escora ou suporte, ou como um guia, se eu posso assim dizer, para a igreja em sua infância, antes que como meios adaptados a ela na sua maturidade.


SG: Mas isso é precisamente o oposto do que muitos defendem hoje ser uma igreja madura e forte espiritualmente. Como pode explicar que os milagres eram importantes na igreja primitiva e a fortaleciam na fé e no testemunho e não serem mais importantes hoje?


JE: Quando a igreja cristã começou, depois da ascenção de Cristo, ela estava em sua infância e então precisava de milagres, etc., para estabelecê-la; mas tendo sido estabelecida, e o canon das Escrituras tendo sido completado, eles cessaram. De acordo com o argumento de Paulo em 1ª Coríntios 13 o fim dos dons revelam a imperfeição deles, e quão mais inferior eles são àquele fruto ou influência do Espírito Santo que é visto no divino amor. Por que, então, deveríamos esperar que eles sejam restaurados outra vez quando a igreja estiver em seu mais perfeito estado?


SG: É o que eu tenho tentado muitas vezes indagar aos meus irmãos que defendem essa doutrina.


JE: Todos esses dons miraculosos o apóstolo parece chamar de "coisas de menino" em comparação com o nobilíssimo fruto do amor cristão.


SG: Eu ontem acordei a pensar precisamente naquela passagem que nos diz que o amor afugenta todo o medo. E dei comigo a lembrar-me quando era criança e tinha medo do escuro ao mesmo tempo em que ansiava por poderes de super-herói enquanto isso o amor somente veio à minha vida quando cresci...


JE: Os dons estão adaptados ao estado infantil da igreja, enquanto o santo amor é mais para ser esperado no seu estado varonil e maduro; e em si mesmos eles são pueris, em comparação com aquele santo amor que transbordará na igreja quando ela chegar à estatura perfeita em Cristo Jesus.


SG: Mas como entender à luz dessa passagem tão conhecida da carta aos coríntios que os dons não seriam também para vermos em manifestação nos nossos dias?


JE: O amor, o divino amor, é o fim para o qual toda a inspiração e todos os dons miraculosos que já existiram no mundo são apenas os meios. Eles foram somente meios de graça, mas o amor, o divino amor, é a própria graça; e não só isto, mas a soma de toda a graça. Revelação e milagres nunca foram dados para outro fim senão apenas para promover santidade e edificar o reino de Cristo no coração dos homens, mas o amor cristão é a soma de toda a santidade, e seu crescimento é apenas o crescimento do reino de Cristo na alma.


SG: UAU! Sinto ao ouvi-lo ecoar nos meus ouvidos as palavras do Senhor Jesus nos conduzindo ao amor sacrificial, sincero, puro, divino pelo qual o mundo saberá que somos Dele. Mas quando hoje tantos cristãos buscam dons e milagres, buscam igrejas que promovem e prometem a resolução miraculosa de todos os problemas com um simples estalar de dedos, será que estão buscando o que realmente é o mais importante para a igreja do século 21?


JE: Quando o Espírito de Deus é derramado com o propósito de produzir e promover o divino amor, ele é derramado de uma maneira mais excelente do que quando é manifesto em dons miraculosos. Isto o apóstolo claramente ensina na última parte do capítulo anterior, onde, depois de enumerar vários dons miraculosos, ele aconselha os crentes a desejarem ou procurarem os melhores dons, mas então acrescenta: "E eu passo a mostrar-vos ainda um caminho mais excelente", isto é, procurar a influência do Espírito de Deus, operando amor, o divino amor, no coração.


SG: Então não podemos concluir que Deus pode fazer de uma maneira completamente inesperada o derramar do Seu Espírito sobre a igreja de hoje?


JE: Certamente as Escrituras, quando estão falando do futuro estado glorioso da igreja como sendo um tão excelente estado, não nos dão nenhuma razão para concluir que o Espírito de Deus será derramado naquele tempo de alguma outra maneira do que deste modo mais excelente. E indubitavelmente o modo mais excelente do Espírito é para o estado mais excelente da igreja.


SG: Mas se na igreja primitiva houve milagres a igreja ao caminhar para um patamar de maior aproximação das bodas do Cordeiro, não demonstrará que terá de ter todos os dons passados e prometidos?


JE: O estado futuro da igreja sendo assim muito mais perfeito do que nos tempos anteriores não se inclina a provar que haverá dons miraculosos, mas antes o contrário. Pois o mesmo apóstolo no texto e contexto, fala destes dons extraordinários cessando e desaparecendo para dar lugar a uma qualidade de frutos ou influências do Espírito que são mais perfeitas.


SG: O senhor está sempre nos indicando as Escrituras...


JE: Se você apenas ler o texto em conexão com os dois versículos seguintes, verá que a razão implícita por que profecia e línguas cessam e o amor permanece é esta, que o imperfeito prepara o caminho para o perfeito, e o menos excelente para o mais excelente; e o mais excelente, ele declara, é o amor.


SG: Acho que não há dúvidas que possam resistir de boa fé a esta exposição contundente da Palavra de Deus feita por si, Rev. Jonathan Edwards. Deixo aqui indicado a quem desejar aprofundar num estudo do que se tem falado aqui, a adquirir e ler o livro deste nosso irmão do século 18, chamado "O Dom Maior" da Editora Fiel.

Reverendo, foi um prazer tê-lo entrevistado e muito lhe agradeço por uma vida de labores que tenha deixado tão grandes referências para a igreja de Cristo ainda depois de mais de 200 anos.


"PERMANEÇA o amor fraternal." Hebreus 13:1