O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

PERSONALIDADE DO ANO - Rev. D. James Kennedy

No ano que finda, 2007, um dos mais valiosos vasos de honra foi levado para o Palácio do Rei dos Reis. O Pastor James Kennedy, deixou um legado que prova que sua fé não era inútil. Deixou também muitas provas que para ser eficaz na pregação do Evangelho de Cristo não é preciso abdicar de valores e conceitos eternos da Palavra de Deus para a vida da igreja. Um Presbiteriano que soube prezar a herança que recebeu dos fundadores do movimento protestante.
O Papa em vigor na Igreja Romana falou nesta semana no problema que a sua instituição estava a sentir para ser atraente à sociedade contemporânea. Nas suas palavras era preciso repensar e tornarem-se o que o povo quer e precisa. Esta conversa é infelizmente cada vez mais ouvida nos meios evangélicos também. Não podemos esquecer as Discotecas que se têm tornado as igrejas de hoje, os circos religiosos que chaga ao cúmulo de ter nos pastores as figuras mais apalhaçadas do show. Ao dizer estas palavras meu coração sofre e chora, não tenho prazer nem me alegro com o que têm reduzido e descaracterizado a Igreja do Senhor Jesus Cristo. É preciso atrair as pessoas pela verdade, integridade e amor que de Cristo flui na Igreja que é o Seu Templo!
O Reverendo James Kennedy soube mostrar que se pode manter uma igreja sobre os mesmos fundamentos reformados e na boa dogmática e ainda assim crescer e tornar-se influente e interveniente na sociedade. Uma igreja sólida na liturgia e tradicional mas cheia de paixão e poder no Espírito Santo. Uma igreja audaz mas prudente. Um ministério de alcance que terá alcançado 5 milhões de corações para Cristo, sem abdicar de um único artigo da Confissão de Fé de Westminster com quase 5 séculos.
Escolhi traduzir um devocional do Dr. D. James Kennedy, que deixa aqui um pouco da sua personalidade em discurso directo. Bom proveito!

ATEÍSMO: A RELIGIÃO DOS TOLOS
"DISSE o tolo no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, e cometido abominável iniquidade; não há ninguém que faça o bem."SALMOS 53:1
A afirmação "Ateísmo a religião dos tolos" pode zangar algumas pessoas, mas vamos examinar a sua veracidade. Primeiramente, sabemos que os ateus são tolos porque Deus assim o diz em Sua Palavra. Em segundo lugar, a razão confirma a irracionalidade do ateísmo. Para um ateu provar que Deus não existe, ele ou ela teriam de procurar em cada canto do universo. A lógica chama a isto a "falácia da negação universal". Ninguém pode provar um "não universal" porque não se pode saber tudo. Você não pode saber com provas que um homenzinho verde habita no universo porque você não pode visitar cada planeta e cada estrela. No mesmo sentido você não pode provar que Deus não existe. Em terceiro lugar, a experiência prova que o ateísmo é estupidamente destrutivo.
Os filósofos do Nazismo e do Comunismo do século 20 terão assassinado cerca de 170 milhões de pessoas. Isto totaliza a soma de todos os que morreram nas guerras precedentes da história do homem. Da mesma maneira o ateísmo tem levado em alguns casos ao desespero e à insanidade. Nietzsche, fundador do movimento "Deus está Morto", foi internado, enraivicidamente louco durante os últimos 11 anos de sua vida.
Somente um pequeno número de americanos se rotulam de ateístas. De facto, muitos se consideram cristãos. Alguns frequentam a igreja aos Domingos, mas no resto da semana eles ignoram Deus, portanto são na realidade "praticamente ateístas". Outros que poderão ter chamado a si próprios nos últimos anos de ateístas, agora escondem as suas verdadeiras identidades atrás dos nomes do humanismo ou secularismo. O ateu diz, "abaixo com Deus". O humanista diz, "acima com o homem". Estes são aparentemente declarações opostas, mas comunicam as mesma coisa. A boa notícia é que o ateísmo não está a alcançar os seus objectivos.
Hoje, mais pessoas acreditam em Deus do que em qualquer outro tempo da história. Assim, mesmo quando os cristãos parecem loucos aos olhos do mundo, nós sabemos que Deus chamou os "loucos" para envergonhar os "sábios".
Hoje ore pelos seus amigos ateus. Ore para que eles se juntem a si como seguidores de Cristo. Ore para que eles experimentem Deus de tal maneira poderosa que nunca mais duvidem de Sua existência.
" maior pergunta do nosso tempo não é comunismo versus individualidade; nem Europa versus América; nem mesmo Este versus Oeste. É se o homem pode viver sem Deus." WILL DURANT

domingo, 30 de dezembro de 2007

PORQUE SOMOS PRESBITERIANOS? (Rev. Tokashiki)

"Eu sei em que tenho crido!" Esta deve ser a postura de todo membro presbiteriano. Para que esta convicção seja possível, temos diversos recursos para capacitar e treinar os nossos membros, como por exemplo, o discipulado, os grupos familiares, a classe de Catecúmenos, a Escola Dominical, estudos durante a semana de doutrina, literatura diversificada, sites, etc. Cada membro tem a oportunidade de conversar com o seu pastor e esclarecer as suas dúvidas.

Não somos uma denominação confusa, nem sem identidade. Desde o século 16, a nossa história tem testemunhado, em períodos, lugares e circunstâncias diferentes que o nosso Deus levantou servos zelosos e fiéis com a verdade e a pureza da Igreja para que lutassem pela fé que foi entregue aos santos (Jd vs.3). Somos Calvinistas. Entretanto, não podemos cair no erro de pensar que somos limitados ao ensino de um único homem. O reformador francês João Calvino nunca teve a intenção, nem permitiu que se criasse uma denominação com o seu nome. Mas, o seu nome foi emprestado à um sistema doutrinário que possuí características que diferem de outros sistemas doutrinários dentro do Cristianismo. Calvinismo é o sistema que "repousa sobre uma profunda apreensão de Deus em Sua majestade, com a inevitável e estimulante realização da exata natureza da relação que Ele sustenta na criação como ela é, e em particular, na criatura pecadora. Aquele que crê em Deus sem reservas, está determinado a deixar que Deus seja Deus em todos os seus pensamentos, sentimentos e volições - em inteiro compasso das suas atividades vitais, intelectuais, morais e espirituais, através de suas relações pessoais, sociais e religiosas" (B.B. Warfield, Calvin and Calvinism in: Works, vol. 5, pp. 354).

O nosso sistema de governo presbiteriano significa que somos regidos pelos presbíteros. Não somos congregacionais (onde todos decidem pelo voto direto), nem episcopais (onde apenas um superior decide sobre os demais), mas somos uma igreja democrática que é representada pelos presbíteros escolhidos pela igreja local. A base do nosso governo é que o concílio é soberano.

Estes são os princípios doutrinários do nosso sistema de governo:
1) Cristo é a Cabeça da sua Igreja e a Fonte de toda a sua autoridade. Esta autoridade encontra-se escrita na Escritura, de modo que, todos têm acesso ao seu conhecimento.

2) Todos os crentes devem estar unidos entre si e ligados diretamente a Cristo, assim como os diversos membros de um corpo, que se subordinam à direção da cabeça espiritual.

3) Cristo exerce a sua autoridade em sua Igreja, por meio da Palavra de Deus e do seu Espírito.

4) O próprio Cristo determinou a natureza do governo da sua Igreja.

5) Cristo dotou tanto os membros comuns como aos oficiais da sua Igreja com autoridade, sendo que os oficiais receberam adicional autoridade, como é requisito para realização dos seus respectivos deveres.

6) Cristo estabeleceu apóstolos como os seus substitutos, entretanto, eram de caráter transitório. O ofício apostólico cessou, mas a sua autoridade é preservada pelos seus escritos, isto é, o Novo Testamento.

7) Cristo providenciou para o específico exercício da autoridade por meio de representantes (os presbíteros), a quem separou para zelar da preservação da sã doutrina, fiel adoração e disciplina na Igreja. Os presbíteros têm a responsabilidade permanente de pastorear a Igreja de Cristo.

8) A pluralidade de presbíteros numa igreja local é a liderança permanente até a segunda vinda de Cristo.

A nossa liderança não pode instruir os seus membros conforme as suas predileções pessoais, nem movidos pela moda doutrinária do momento. O nosso princípio básico orientador é: a Escritura Sagrada é a nossa única regra de fé e prática. Os pastores e presbíteros devem ser fiéis ao sistema doutrinário e governo presbiteriano. O direito que a Igreja Presbiteriana do Brasil tem de determinar as qualificações dos candidatos a cargos eclesiásticos e de requerer-lhes fidelidade é constitucional, moral e bíblico. Por isso, quando alguém anseia tornar-se um ministro ou oficial presbiteriano, ele deve prestrar solene juramento público, requerendo-lhe conhecimento, entendimento, obediência e compromisso com a nossa identidade reformada.


A família presbiteriana e reformada no mundo está unida pela adoção dos padrões doutrinários de Westminster. Entre 1643 à 1646, se reuniu em Londres a Assembléia de Westminster, que foi um grupo com mais de 120 teólogos e líderes que vieram de diversas partes do Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda) e visitantes de outros países de confissão Calvinista. Este grupo dividiu-se em comissões e travaram em minunciosos debates, produzindo documentos doutrinários coerentes, precisos, concisos e vigorosos. Estes textos são conhecidos como os Padrões de Westminster: a Confissão de Fé e Catecismos Breve e Maior. Estes livros são usados como referência confessional, recurso de discipulado, treinamento de novos membros e devocional para o culto doméstico, em que cada família pode nutrir o seu lar com sã doutrina.


"O principal emblema teológico do presbiterianismo não é a sua eclesiologia [doutrina da Igreja], mas a sua teontologia [doutrina de Deus]. A doutrina da soberania é o centro da convicção presbiteriana. Todas as demais doutrinas são diretas ou por implicação resultado deste tema unificador. Héber C. de Campos observa que "o Deus que é pregado em muitos púlpitos e ensinado nas escolas dominicais, e lido em grande parte dos livros evangélicos, não passa de uma adaptação da divindade das Escrituras, uma ficção do sentimentalismo humano. Esse Deus, cuja vontade pode ser resistida, cujos desígnios podem ser frustrados e cujos propósitos podem ser derrotados, não é digno de nossa verdadeira adoração. De fato, esse não é o Deus das Escrituras."[1]


A soberania de Deus não anula a responsabilidade humana. W.E. Roberts de forma quase poética afirma esta verdade, declarando que "quanto mais claramente Deus é compreendido e a sua soberania reconhecida, tanto mais aceitáveis e obrigatórios se tornam os seguintes princípios: o homem é um ser livre, predestinado; a vida reta é um dever perpétuo estabelecido por Deus; a responsabilidade moral do homem foi preordenada pelo Espírito Divino; o juízo de Deus é inevitável e a libertação do castigo e da condenação só é possível mediante Jesus Cristo. A soberania, a lei e a justiça de Deus, em harmonia com a liberdade humana, fazem dos conceitos presbiterianos sobre o dever uma força moral austera e poderosa."[2]

Arminianismo num se aprende..., todo ser humano nasce arminiano! Entender e aceitar o Calvinismo é receber a graça que ofende o nosso orgulho, e repreende a desgraçada pretensão de ser livre [de Deus] e a estupidez de pensar que sou capaz de resistir ao soberano Senhor do universo, numa insensata e inútil crença de que "sou eu quem determina o meu futuro" e não o trino Deus!!! Concluir que o imperfeito, limitado, instável, insensato, confuso, ignorante, inábil, depravado e morto espiritualmente é capaz de frustrar o perfeito, infinito, imutável, sábio, onisciente e soberano Deus, é no mínimo não ter sequer noção de causação. O Arminianismo é uma tolice, se não bastasse ser antibíblico.

Creio que não é ofensivo ao meu Senhor Jesus quem/como deve ser batizado, nem quem/como se governa a igreja local [penso serem assuntos secundários ou periféricos em questão de doutrina, mas não menos importantes para a boa saúde da Igreja], mas entendo que é altamente ofensivo roubar a Sua glória de determinar a administração da Sua graça, bem como cheira blasfêmia dizer que o desgraçado pecador que é merecedor da mais intensa angústia do inferno, pretende ser superior em vontade à Ele."

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Pode ler na íntegra os 9 textos deste título em:
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sábado, 29 de dezembro de 2007

O Critério é o Dinheiro?

Esta semana ao entrar num consultório de um médico casado com uma crente da Assembleia de Deus, ele encontrava-se muito perturbado com umas obras no pavimento que corriam mal. Sabendo ele que eu e minha esposa somos evangélicos, rapidamente sentenciou que "o devorador estava em acção para o arruinar" e logo se seguiu uma correcta citação de Malaquias 3:10.
- Como ele é mais virado para o budismo, fiquei a pensar como é que o mais importante monómetro do agrado de Deus é para alguns as bênçãos financeiras. Fiquei a pensar que fé fraca que teria João Baptista à luz deste critério, pois o única prata que ele recebeu na terra foi uma bandeja para sua cabeça...
- Ao colocarmos em prática um arminianismo em nosso relacionamento com Deus, logo se levantam tantos problemas e uma permanente incerteza no bom governo de Deus. Lembro-me de um versículo da carta de S. Judas que diz: "negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo" que para além de claramente expor a natureza divina de Cristo, esclarece que Deus é o único dominador e que fracionar este domínio é negar ao próprio Senhor.
- Muitas são as provações de um justo, e isto de provações não são só nuvens negras no horizonte, mas como aconteceu com os discípulos, verdadeiras tempestades que nos levam a desesperar com as ondas do violento mar da vida.
- Quantos queridos irmãos estão padecendo necessidades por amor ao evangelho, outros morrendo pela fé em terras estranhas, outros sofrendo em hospitais, ou fechados em prisões, etc... Direi eu que a fé deles é fraca? Que o devorador está desbravando as suas frágeis sebes de confiança e obediência ao Senhor? Serei eu cruel com os amados de Deus por quem Ele pagou com o Seu precioso sangue?
- Não amados, vocês podem confiar que Deus não vos abandonou. Ele vos ama e vos fortalecerá no meio da provação. Abriguem-se na Rocha da nossa Salvação e a Seu tempo Deus nos dará socorro no meio da angústia. Estão vossos nomes sendo colocados ao lado de tantos outros que a Escritura Sagrada tem dado por exemplo à Igreja do Senhor!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Uma Igreja Histórica Cheia de Vida

Pela primeira vez na minha vida e depois de 10 anos de crente evangélico, tive o prazer de celebrar a quadra natalícia com Hinos tradicionais e o Culto focalizado no nascimento do nosso bom Senhor Jesus Cristo.
Fiquei pensativo ao me lembrar de bons irmãos amigos que têm um certo pavor a uma liturgia tradicional... um pouco como aquela expressão "como o diabo foge da cruz".
Fui visitar uma igreja do presbitério e um irmão já bem avançado na idade, me encheu com as suas palavras cheias de vitalidade e esperança. Irmãos como estes, que para muitos já são só peso, são uma mais valia indispensável na igreja e até na sociedade. Toda a experiência com Deus que nos poderão encher de confiança no Senhor nosso Deus, não pode ser encontrada nos jovens entusiastas mas sem marcas e cicatrizes para a glória de Deus.
Muitos movimentos modernos de fé cristã desprezam o legado que lhes foi deixado com tanto sacrifício. A Bíblia dá uma mensagem clara a como todos são preciosos e indispensáveis no corpo de Cristo, inclusivé estes verdadeiros pais a quem devemos honra por mandamento mosaico.
Quantas vezes foi uma criança levada à igreja por uma vizinha, uma amiga, uma parente idosa que insistentemente levou semana após semana a aprender sobre o verdadeiro Deus numa igreja simples? Mais tarde poderá ser que esta criança se torne uma ingrata adulta que tem alergia à tradicional maneira de ser igreja... quem sabe se muitos dos fundadores de movimentos modernos não têm uma história similar?
Uma igreja que se mantém apegada à fé tradicional e ao amor tradicional é uma igreja cheia de vida. O cuidado a ter é manter a igreja com os seus membros bem nutridos na boa e sã doutrina da Palavra Escrita de nosso Deus!
Uma igreja cheia de vida é uma igreja cheia e abundante no conhecimento e na graça do nosso Senhor Jesus Cristo e não uma igreja com um determinado percentual de membros jovens, ou uma taxa de crescimento anual de x...
Neste natal que os palácios de algumas igrejas se lembrem que foi numa estrebaria que os homens avisados por Deus poderam encontrar o menino Jesus. Neste natal que possam lembrar-se que foi numa rude cruz que o Senhor alcançou a vitória e a salvação dos pecados do Seu povo e não num palácio com mesa posta com ouro e prata. Neste natal que todos possamos pensar em como Deus usou o bem e o mal dos homens para cumprir cada uma das profecias sobre o nascimento do seu Filho Amado.
Feliz Natal

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Limitando a Deus

Imagino que quando as culturas dos povos eram confrontadas com a fé do povo de Deus num único Deus, talvez eles achassem que estariam a limitar o mundo espiritual. Na concepção meramente humana tudo o que é centrado é limitado. A sociedade diz algo semelhante dos crentes hoje. Quem não tem uma vida boémia, profana e mundana está a limitar a sua vida, segundo esse entendimento terreno. Eu li porém na Bíblia logo quando me converti que o homem não deve dar a sua honra a qualquer mulher, mas guardá-la para aquela a quem ele quiser honrar com o melhor e exclusivo seu.
O movimento assustadoramente penetrante da deformação das igrejas históricas em dancerias evangélicas e cultos iso-histéricos-pseudo-carismáticos faz o mesmo com o pensamento dos que cuidam de se restringirem à Palavra de Deus, rejeitando todos os ventos estranhos de doutrinas de demónios que afloram e se espalham em nossos dias.
A primeira conclusão directa e lógica que poderemos constatar sobre a continuidade da profecia e dos dons, é que cai a doutrina da Suficiência das Escrituras Sagradas. Por ser preciso algo mais, não é afinal suficiente. Eu me recusarei a considerar qualquer prática que agrida as doutrinas mais importantes da fé cristã.
Quando o meu Deus é maior do que todos os falsos deuses das nações, a minha fé na Palavra está segura na mais firme das revelações. É a mais elevada forma de comunicação que Deus escolheu para se revelar aos seus e pela loucura da pregação da mesma vem o poder de transformar corações, voltando-os em arrependimento genuíno para Deus.
A minha Bíblia não limita em nada o agir do Espírito Santo, antes, se for mesmo o Espírito de Cristo, o irá corroborar e dará todo o vapor a esse mesmo mover de Deus. Só limita e trava tudo o que é falso e estranho a Deus, mesmo que os homens queiram pela força impor tais regimes de práticas no meio da igreja.
Não sei quanto a ti. Se embarcas em botes de outros ou não. Mas quanto a mim e a meu lar, serviremos a Deus... pela Sua poderosa e eterna Palavra Viva!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A Graça de Deus... E as Indulgências Pentecostais

"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda." Atos dos Apóstolos 3:6

A graça de Deus não é somente a dádiva independente e unilateral do Soberano Senhor do cosmos, mas também a capacidade e o poder de realizar tudo quanto Deus quer. A graça é algo que Satanás quer prioritariamente obscurecer do entendimento da igreja de Cristo. A graça é algo que o Diabo não pode nem por sombras, nem por luzes de engano, falsificar. Assim, resta ao inimigo das almas dos salvos, primeiramente distorcer a compreensão e depois apresentar o seu produto sucedâneo.
Quando eu dava os primeiros passos na fé numa igreja pentecostal e carísmática, via um irmão subir os degraus que conduziam ao salão principal de cultos com muita dificuldade. Este irmão tinha um sapato com uma sola de um palmo de altura pois tinha uma perna mais curta que outra. Este irmão ouvia "quem crer pode ser curado" e ele cria. Durante os cinco anos e meio que fui membro naquela congregação, via sempre aquele irmão presente nos cultos, subindo e descendo degraus com a mesma perna e o mesmo sapato alto.
A graça que os apóstolos demonstravam em suas vidas não pedia neste caso a este homem para crer, mas antes lhe ordenava com uma autoridade e uma sublime submissão ao que o Espírito Santo lhes comandava a fazer. Este homem subiu e desceu estes degraus testemunhando da graça de Deus. Esta graça tão mais valiosa do que as esmolas que ele acreditava poder receber da parte de Pedro. Este homem coxo esperava qualquer coisa da parte de Pedro e João, mas Deus não deu o que este homem esperava, O Senhor não lhe deu simplesmente qualquer coisa, mas Cristo (que ele não conhecia e logo não podia exercer fé Nele) lhe deu uma revelação da Sua maravilhosa graça soberana (a qual ele não esperava nem imaginava poder receber).
Como podemos ver estes dons de cura ser exercidos da mesma maneira pelos operadores de milagres, sinais e maravilhas de hoje? Algo que sempre me irritou na matemática, foi quando nas contas de divisão o número achado não era um número inteiro e tinha um resto. Este número dos apóstolos era um número redondo! Este registo no livro dos Actos dos Apóstolos glorifica a Deus por inteiro, sem resto algum! Esta divisória cabe toda a Deus. Onde está a matemática destes falsos apóstolos dos dias de hoje? O número mais gordo e churudo (€€€€) fica para eles enquanto a amargura, a tristeza, o desapontamento e o resto de todo o esfriar do amor de muitos fica do lado daqueles que recai a indulgência da fé dos ministros pentecostais!
Benny Hinn afirmou várias vezes que a culpa de alguns não receberem a cura ou de sequer a manterem era a falta da fé destes. Isso tem uma palavra em meu vocabulário e não é graça... é crueldade!
Jesus diz ainda hoje ao seu povo "Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me."

sábado, 15 de dezembro de 2007

Confissões de um Crente

Quando eu olho para trás, e por estar a fazer um balanço a 10 anos de cristão evangélico este mês de Dezembro, posso ver que muitas coisas que fiz que hoje entendo que não posso mais continuar a fazer foi por interiorizar e aceitar doutrinas importadas de mãos humanas.
As experiências de outros passaram a ter o meu aval numa inocência repreensível se considerarmos os avisos da Palavra de Deus para que cada um ande na revelação que Deus lhe tem dado. Ora, isso me fez passar por longos e constantes períodos de angustia diante de Deus e me afastar da simplicidade que há em Cristo.
Eu me converti ao ler a Bíblia, mais precisamente os 4 evangelhos de uma acentada. A pessoa de Cristo se fez tão real para mim e isso foi o motivo de sentir uma necessidade urgente de me unir à Sua igreja e partir em busca dela. Desde esse dia eu tive em meu coração e se foi aclarando a imagem dessa igreja.
Foi fácil descartar os Testemunhas de Jeová e os Mórmons por ser óbvio que eles não faziam o que os magos fizeram quando se chegaram a Jesus: não o adoram nem o servem, mas suas doutrinas falsas o diminuem. E quanto a estes não tive problemas, mesmo sem ajuda humana que me auxiliasse. O meu Salvador não poderia ser o outro Cristo pregado por estes heréticos.
Porém, nada me havia preparado para a falta de carácter e a falta de vergonha de outros que o exaltam com os lábios mas seus corações estão longe Dele e achegados sim aos seus ventres, às suas necessidades, às suas vontades e aos seus desejos. Uma trança entre a verdade e o erro, uma mistura entre o sacro e o profano, uma aparência desprovida de sincera essência!
Passei a congregar numa igreja de show ao Domingo, em que a Bíblia era elevada nas mãos dos pregadores mas raramente a deixavam falar, os cultos eram um rastilho incandescente que terminava num fulminante de carnaval na vida dos líderes sinceramente errados.
Se não tivesse lido em livros, ouvido em pregações e confrontado por irmãos eu nunca teria tido muitas das muitas ideias pentecostais e arminianas que começaram gradualmente a afogar a minha fé. Eu lembro-me do dia em que chorava diante de Deus, "Pai porque não falas comigo" porque um livro dizia que Deus se manifestava de forma audível e eram os meus sentidos o ponto de contacto com esse Deus, mas logo que abria a Palavra recebia um bálsamo que me curava a ansiedade, que me libertava da tristeza e que me aclarava a visão do meu Senhor e Redentor Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo!
Sola Escritura, não foi algo que eu adoptei de outro humano. Eu fui encontrando aqui e ali e recolhendo outras referências de pessoas que eu descobria estarem de acordo com o que realmente Deus havia colocado em meu coração. Um dia disse a um irmão "só os mortos me entendem" ao referir-me aos reformadores e não ver nos dias que correm correspondência com os seus ensinos.
Estava num beco sem saída. Estava num ponto sem retorno. Estava encurralado e sem alternativa. Fora convidado a buscar um outro lugar onde me sentisse bem e já farto de tantas pressões aceitara a oferta e saíra sem conhecer onde iria. Mas o Senhor é o meu auxilio e a Sua misericórdia é para sempre. Onde me fecharam uma porta, Deus fez uma nova esperança surgir diante dos meus olhos. Não tenho dúvidas que o Deus da minha Salvação é um Deus de milagres... contudo é pela graça e não por qualquer coisa que o homem tenha para fazer ou dar!
Sola Gracia!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Quando o Crente Ora

Em primeiro lugar quero esclarecer que o "quando" está subentendido no "o crente ora". É verdade também que o crente tem suas lutas com a oração apesar desta ser parte da sua vida. Podemos orar e orar mal, orar sem fé, orar sem tempo, o que vai dar quase no mesmo que não orar.
Eu sei que acontece muito quando eu oro... principalmente em mim mesmo. Sinto uma força renovadora que me conduz com sede da Palavra de Deus, sinto um despertar para me arrepender de muitas obras mortas, sinto um renovo e um alento em servir a Deus, sinto um abater de meu orgulho e altivez e uma humildade crescente, sinto uma tristeza profunda pelos meus pecados e uma vontade muito grande que Deus me auxilie com a Sua presença Santa.
Quando eu oro começo a lembrar-me de muitos amados e a nutrir de uma grande afeição e misericórdia por cada um deles. Lembro-me de cada uma das ofensas com que me ofenderam e as vejo desvanecer diante da ofensa maior que eu ofendo a Deus. Fico aflito e logo fico regozijante com a grandiosa salvação que Cristo me concedeu, mas mesmo assim há como que um lamento por cada transgressão feita.
Eu levo qualquer problema ao meu Deus, pois sei o quanto Ele é maior que o mais pesado pesar de minha alma. Quando estou doente Ele é meu primeiro auxiliador e socorro, quando estou triste e aflito Ele é meu disciplinador. Quando olho em redor e vejo o mundo a ruir sei que Ele está governando cada pássaro nos céus e cada cabelo nas cabeças dos homens está contabilizado.
Contudo não posso deixar de referir o zelo pela Casa do Senhor. Quando o crente ora, ele se importa principalmente com a Casa do seu Deus e do seu Senhor. Como cruzar os braços ao assistir a uma herança sendo desperdiçada em todo o tipo de prazer, se convém lembrar que a volta de um filho pródigo depende inteiramente de se submeter às imutáveis leis da casa do Senhor, nosso Deus e Pai de amor?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O Pensamento Tecnológico Carismático

São muitas as falácias doutrinárias dos carismáticos, as quais eu entendi por certas por dar crédito à prióri às celebridades do universo evangélico indicadas por meus irmãos e líderes espírituais que encontrei após a minha conversão a Cristo Jesus. Estes auto-denominados "carismáticos" são os que pretendem reinvidicar poderes sobrenaturais dispensados para sua gestão a bel-prazer. Estes pretensos dons, ou carismas, são no fundo a cortina de fumo do que realmente os separa da verdadeira fé cristã e são o fruto natural de suas mentes carnais e arminianas.
Gostaria de deixar escrito e bem claro que não me tenho por medida da verdade, mas que em dez anos do meu percurso fui crescendo na graça e no conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo, o amado de minha alma. Sei como qualquer ímpio o que é ser anticristo e pensar que sou amigo do bem e como é preciso que a graça de Deus nos alcance e como é impossível que ea seja alcançada por nossas mentes limitadas e pecaminosas; sei bem como qualquer falso convertido o que é pensar que sou crente em Deus e não ter estima pela Palavra Santa do Senhor e não a entender em absoluto e como é necessário que Deus nos ilumine de forma tal que nunca venhamos a dizer "foi pela força de meu braço"; sei o que é ser crente e estar debaixo da autoridade humana errada por esta não ser obediente ao Deus da Escrituras mas sim aos seus pensamentos e anseios e como ainda assim experimentar o Senhorio sobremodo maior sobre nossas vidas e nos guiar por um caminho estreito e não permitir que meu pé resvalasse para as veredas largas e espaçosas que o inimigo sugeria em minha vida; sei o que é falar para muros caiados de branco mais surdos que uma parede e nunca ser percebido e nunca ser aceite mesmo que eu só quisesse que não aceitassem mais do que o que a voz de Deus na Escritura claramente indicava.
Tal como a sociedade do século 20, uma parte substancial da igreja cristã tornou-se tecnologicamente espirituosa e artificial. Não estou a falar das igrejas rudimentares e simples que se mantêm focadas no essencial e no importante da Palavra de Deus. Falo de igrejas onde os seus participantes têm um anseio estranho por novidades e surpresas imprevistas, como as crianças que cheias de brinquedos electrónicos rapidamente anseiam novos e mais caros a cada instante, enquanto seus pais ainda lembram o único brinquedo que os acompanhou em suas infâncias. Não almejam assim pela Palavra de Deus que como meninos deveriam querer, mas por comichão, por insatisfação com Cristo somente, por algo mais que parece lhes faltar...
Este artificialismo do fogo pirotécnico em seus cultos, este sempre ansiar por novos cd's, livros, pregadores, visões, arrepios, suores, euforias equiparam-se ao problema social das sociedades mundanas e nocturnas, gentios que buscam as mesmas coisas... "não será assim convosco" posso ouvir as palavras do meu Mestre. Este buscar em seus próprios corpos por prazeres sensuais, que negam a rigidez e a luta árdua e dificil do verdadeiro cristianismo. Outros, para despertarem "rushes" mais rápidos usam alucinogénicos como os rastas ou os ismaelitas com seus cachimbos.
Mas o que me indigna é o que fazem com Deus pois este Deus dos carismáticos é um simples mecanismo que se consegue manobrar com os "imputs" certos. Não estou a ser maldoso. Um pastor em 1998 explicou-me que a fé era algo como um interruptor que nós tínhamos o poder de o ligar ou desligar as bênçãos do céu. Isto é uma fé tecnológica e uma bênção electrónica!! Que soberania sobra a Deus assim? Este Deus dos carismáticos é um ídolo, um bezerro de ouro feito por mãos humanas, uma aberração.
A tecnologia está refazendo devagar a expressão verdadeira de Deus. Estas mentes não regeneradas estão à escala da esmagadora maioria no presente contra as excepções minoritárias do passado da igreja cristã. Igrejas que hoje batem no peito devido à bonança financeira ou expansão de seus associados. Enquanto antigamente surgiam no meio da igreja aberrações, hoje no meio das aberrações existem os fiéis.
Nestes tempos do celular, do digital, do poder da mão do homem eu mantenho a confiança que Satanás não irá prevalecer contra a igreja do Senhor e que Jesus voltará e achará fé na terra!