"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus." Romanos 10:17
Paulo é o grande exemplo da fé do Novo Testamento. Mais à frente nesta carta ele escreve que a ignorância sobre algo resulta em presunção (Rm 11:25).
Então o que dizer deste presente século mau em que proliferam ministérios superstar em nome de uma fé que alcança todos os anseios humanos? Nunca antes os filões da fé pareceram tão acessíveis e tão venerados nas igrejas da modernidade pós-cristã.
Mas Paulo será um tipo de Benny Hinn ou Edir Macedo ou Jorge Tadeu. Foi Paulo um prototipo de uma série mais elevada de grandeza de fé? Será que podemos ler as cartas de Paulo e ver nelas reflectidos os rostos destes (tristes) exemplos populares da praça evangélica? Acho que não é nem semelhante nem parecido com estas referências ou santos evangélicos.
A fé vem, diz Paulo, da Palavra de Deus! Esta Palavra de Deus é a mesma que o Espírito Santo usa para fazer a sua obra nos corações dos homens. Esta Palavra de Deus não é somente o que está escrito nas páginas do antigo Livro, mas a compreensão que os homens têm dela, o entendimento sobre os ensinos contidos que exploram a mente e o coração do homem levando a que este compreenda e prossiga em compreender tudo o que Deus quis revelar aos seus Filhos.
Quando o autor da carta aos Hebreus diz que os que falam a Palavra de Deus são os que têm fé e fé digna de imitação (Hb 13:7), mostra que realmente podemos entender que a pregação errónea é produto de uma falsa fé da qual nos devemos apartar.
A fé é gerada pelo próprio Deus e não algo que seja atributo de todos os homens. Essa "fé" de pensamento positivo e de lei da atracção é algo que vem da terra ou de debaixo dela.
A fé verdadeira produz e cresce em humildade. A fé verdadeira vem de Cristo e isto de uma maneira muito óbvia de Sua obra na cruz do calvário exclusivamente. Ter fé é contemplar a obra de Cristo que nos despe de toda a auto-confiança e jactância. Tudo o resto que se possa dizer de uma fé sem esta ser a lente que foca Cristo é que não é mais do que uma prepotente presunção.
A fé está mergulhada no amor de Cristo, "porquanto tão encarecidamente me amou" (Sl 91:14) nesse amor descrito como as vestes do crente que despe-se de si do interesse próprio. O amor e a fé deste amor não busca o seu interesse, mas esforça-se por alcançar os alvos determinados pelo coração de Deus. Só quer alegrar Deus e gozá-Lo para sempre.
Aos santos foi dada uma fé que não os livra dos problemas mas pelo contrário vence sobre os problemas tornando o crente mais e mais experimentado na FÉ.
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