O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



domingo, 28 de junho de 2009

O Que é Hiper-Calvinismo? (2)


(2)

Continuamos aqui nossa examinação do hiper-Calvinismo na resposta à questão apresentada na última edição do jornal: "O que é hiper-Calvinismo? Como você o definiria?"
Naquela edição dissemos que hiper-Calvinismo NÃO é a negação da oferta sincera de Deus a todos os que ouvem o evangelho, demonstrando um amor por todos e um desejo de salvar a todos. Hiper-Calvinismo é a negação de que a ordem do evangelho de se arrepender e crer deve ser pregada a todos, sem exceção.

O cerne do hiper-Calvinismo, portanto, é uma rejeição do assim chamado "dever da fé" e "dever do arrependimento," isto, que é o solene dever e obrigação de todos ouvir o evangelho para arrepender e crer. O hiper-Calvinismo conclui que—porque todos os homens estão perdidos no pecado e incapazes de se arrependerem e crer por si mesmos—é um equivoco ordená-los a fazer tal coisa. Tal ordem implicaria que eles são capazes de se arrepender e crer.
O hiper-Calvinista, então, comete o mesmo engano dos Arminianos e adeptos da teoria do livre-arbítrio, com a diferença de que ele traça uma conclusão diferente. Ambos pensam que ordenar ou demandar arrependimento e fé de pecadores mortos deve implicar que tais pecadores não estão mortos e têm em si mesmos a capacidade para arrepender e crer. Então, o adepto do livre-arbítrio diz: "Ordenar deve implicar capacidade; portanto, os homens têm a capacidade." O hiper-Calvinista diz: "Ordenar deve implicar capacidade, portanto, não devemos ordenar ninguém, senão os eleitos."

Isto significa que embora um verdadeiro hiper-Calvinista pregará os "fatos" do evangelho a todos que ouvirem (e insiste que ele está pregando o evangelho), ele não ordenará uma audiência "mista" a arrepender e crer. Aqueles mandamentos, ele crê, devem ser pregados somente àqueles que mostrarem evidência de serem "pecadores sensibilizados," isto é, pecadores que estão debaixo de convicção mediante a obra do Espírito Santo.

Rejeitamos estas noções por várias razões. Primeiro, é difícil imaginar como alguém, sem inspiração divina, pode estar certo de que está pregando somente a "pecadores sensibilizados", para então trazer com confiança o mandamento do evangelho. Portanto, na realidade, o mandamento do evangelho raramente, se é que alguma vez, será ouvido na pregação hiper-Calvinista.

Em segundo lugar, o hiper-Calvinismo transforma o mandamento para arrepender e crer num mandamento para continuar a arrepender e crer ou para perseverar em arrepender-se e crer. Os assim chamados "pecadores sensibilizados"—os únicos que podem ser chamados a arrepender e crer—são aqueles que já começaram a fazer isso pelas operações secretas do Espírito Santo. A fé requerida, neste caso, não é a fé salvífica no sentido mais correto e profundo da palavra, isto é, a fé que traz uma pessoa à comunhão com Cristo, lhe justifica e dá salvação, mas somente fé da forma como ela se manifesta em seus frutos de certeza e esperança.

É nesta conexão que os verdadeiros hiper-Calvinistas frequentemente ensinam que a pessoa é justificada completamente na eternidade e que a justificação pela fé envolve somente a certeza da justificação. Assim, a fé exigida no evangelho não nos justifica diante de Deus, mas somente nos assegura de uma justificação que já ocorreu.

É nesta conexão também que os hiper-Calvinsitas também são acusados, e corretamente, de um certo antinomianismo (anti-lei ou anti-mandamento) com respeito a fé. Eles não tomam seriamente o mandamento para arrepender e crer, exatamente porque o chamado à fé para eles é somente o chamado para estar certo da sua fé. É sobre estes fundamentos que enfaticamente repudiamos o hiper-Calvinismo.

Rev. Ronald Hanko

http://www.cprf.co.uk/languages/portuguese_hypercalvinism.htm

2 comentários:

Nuno Fonseca disse...

Um artigo necessário. Devemos expor subortodoxias como o arminianismo e como o hiper-'calvinismo' também.

Apesar da internet facilitar o acesso ao ensinamento teológico, crentes de pouco discernimento podem cair neste erro crasso ao serem incautos no seu estudo da soberana graça de Deus.

Também devemos lembrar que o termo hiper-'calvinismo' é pejurativo, e muitas vezes é atribuído a cristãos ortodoxos, que defendem a expiação particular de Cristo ou a predestinação de todas as coisas, etc.

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SOLI DEO GLORIA

Anónimo disse...

O calvinismo certamente é uma doutrina biblica e correta pois tem rspaldo nas Escrituras Sagradas, portantoseria muito bom que hoje voltássemos ao passado como tempo dos reformadores e grandes homens de Deus como John Calvino, Lutero e outros que viveram e pregaram a Palavra de Deus em sua verdadeira sentido. A Soberania de Deus é uma Doutina muitissima importante e fundamental pois se Deus não é Soberano Ele não seria DEUS, portanto deve-se voltar a pregar esta maravilhosa doutrina