A Ideologia de Género Eclesiástica
É fácil julgarmos os outros pelos seus pecados, limitações ou mesmo aberrações, sem a mínima compaixão ou sequer com aquilo que mais nos deveria ser natural - ver nos outros a nossa imagem refletida, seja a distorção aumentativa seja por vestigiais elementos comuns.
A história da Igreja verdadeira e fiel é uma história gloriosa onde vemos Cristo exercer a sua completa providência e graça através de pecadores imperfeitos, guardando-os e conduzindo-os a vitórias extraordinárias seja contra a perseguição e genocídio através do martírio de milhões desde o princípio da Igreja com Abel (Hb 12:24), seguindo uma linha de inimizade daqueles predestinados para serem semente da Serpente (Gn 3:15) que se espalha de tal forma que se senta representada à mesa de Jesus na sua mais memorável ceia, com Judas à sua direita, se João estivesse à esquerda para encostar a sua cabeça junto ao seu coração...
Especulações à parte, encontramos infiltrados à mesa da Eucaristia bíblica, tomando o pão e o vinho para sua própria condenação. O Apóstolo João escrevendo a Gaio diz que quem faz o bem é de Deus e quem faz mal não tem visto a Deus, referindo-se a um líder estranho chamado Dióstrefes (3 Jo 9,11). Esta terceira epístola do Apóstolo João é uma grande carta com apenas 14 versículos, onde João ordena a Gaio que siga o seu próprio exemplo de apego à verdade e à fidelidade com os irmãos e com os estranhos, onde o perfume de Gaio era o amor que lhe conferia uma dignidade que este mundo não conhece. Dióstrefes não era desta raça celestial, mas terreno e rasteiro, mentindo acerca de João, ensinando perversidades e defraudando a Igreja de Cristo fundamentada nas doutrinas dos apóstolos, sendo João um dos tais. Esse usurpador procurou igualar-se a João, não se submetendo à sua autoridade e expulsando os fiéis da igreja, tornando-a uma sinagoga de Satanás.
Assim vemos hoje denominações inteiras e seminários históricos, em países onde o evangelho foi plantado com sangue, suor e lágrimas, assaltados por verdadeiros demónios travestidos de realeza, reis da sua capelinha, fazendo-se legisladores na Casa de Deus. Começaram por gritar liberdade ao socorrerem-se da idiotologia do livre arbítrio, onde tornam Deus um mocinho de recados ao serviço do capricho humano. No século XIX e início do século XX estes novos arquitetos eclesiásticos começaram a desenhar uma nova liturgia, novo modelo de pregação - a de relevância aos ouvidos comichosos sem a consistência da verdade prescrita pelo Senhor da Igreja.
A Igreja à semelhança de Jocob entregou os bens que amealhara a Esaú e refugiou-se em guetos, porém cresceu mesmo no meio de tanta provação. A Igreja Fiel, viu-se entre um mundo que olhava para ela com o julgamento do que a sua irmã gémea perversa era, e a perseguição dessa falsa igreja aos seus quarteis. Entretanto Cristo ganha em toda a linha, preservando o remanescente fiel, e triturando sob juízo os perversos religiosos que os entrega a todo o tipo de perversão, horrorizando o próprio mundo.
Hoje, já não há bandeiras, nações, denominações, ramificações ou qualquer outra jactância fora de Cristo! Abanando tudo somente o que está em Cristo fica e tudo o resto é exposto à ignomínia de Romanos 1:24. As igrejas decidem o que querem ser, que deus adorar, que livros ler, que evangelho pregar - poderá ser que a ideologia de género eclesiástica é a mãe de todas as ideologias seculares.