Romanos 5:12-21
A união mística com Cristo
A raça humana, pela transgressão e pecado de Adão, recebe uma herança referente à ofensa praticada pelo nosso pai e na qualidade de representante pactual de toda a humanidade. O Apóstolo Paulo trabalha sobre a revelação de Moisés no livro de Génesis, vários conceitos e temas de suporte à doutrina da justificação que é um dos pilares centrais da obra do nosso Senhor de toda a glória nos Céus e na Terra, Jesus Cristo, o nosso amado Salvador!
Esta doutrina é lucidamente entendida pelo texto referido em Romanos 5:13-14, que diz que não havendo pecado à semelhança de Adão, isto é, pela transgressão do mandamento de Deus “E ordenou o Senhor Deus” Génesis 2:16, porém se constata pelo testemunho das Escrituras que todos morreram, porque, conclui-se que recebemos por “cascata” a condenação. É importantíssimo entender este modo como a Espírito Santo explica a história da tragédia humana, para que compreendamos a esperança seguríssima que encontramos na graça em Cristo.
Porque morreram então os homens de Adão a Moisés?
Não porque pecaram sob a pena de morte no mandamento dado a Adão diretamente para não comer do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, pois já não estava presente entre os filhos de Adão, mas pela representação de toda a humanidade, Adão e toda a sua casa caiu juntamente. Por isso nada acontece quando Eva come do fruto, mas somente quando Adão, o Rei, o Sacerdote e o Profeta de toda a Terra desobedece é que tudo se arruína.
Assim, o Espírito Santo conduz o Apóstolo Paulo na luz que ilumina toda a Escritura inspirada pelo próprio Espirito Santo, tal como lemos no Salmo 36:9, na tua luz vemos a luz.
Assim, e do mesmo modo, passa a concluir Paulo, recebemos a vida como um dom gratuito de Deus (promessa absolutamente segura e justa assegurada pela evidência das Escrituras o nosso único fundamento) pela obra/vida e sacrifício/morte do nosso bendito Senhor Jesus Cristo.
Aqui, sou chamado também a atentar para um detalhe interessante: Adão sendo o representante de toda a humanidade na sua natureza carnal, não é em parte nenhuma chamado ou reconhecido com o título de Senhor, pois apesar de sua posição central na história da redenção pela desobediência, não é obra digna de exaltação, ao contrário da de Cristo Jesus que é exaltado acima de tudo e todos e declarado "Senhor" ao longo do texto pelo Apóstolo. Ainda assim, somente Adão é um representante de toda a humanidade, somente suplantado por Jesus, que na carne é seu descendente, ainda que da parte que lhe foi retirada no sono da costela, isto é, pela sua mulher, a quem foi dada a promessa do salvador em Génesis 3:15.
Estes dois representantes federais, Adão e Cristo, operam de modo inverso (maldição e bênção, condenação e justificação, morte e vida) mas debaixo da mesma justiça e arrastam consigo os frutos de ambas as obras de suas vidas – a morte em Adão e a Vida em Jesus Cristo (Romanos 5:19).
A passagem em 1 Coríntios 15:45-57 assemelha-se à questão da interpretação de 1 Pedro 3:18, sobre o significado de carne e espírito, no sentido que, a vivência na carne é chamada de “alma vivente” aqui por Paulo, quanto ao seu carácter de temporalidade, e o espírito é chamado aqui de “espírito vivificante” apontando para um aspecto transcendente e eterno (ou permanente). No versículo 47, encontramos a ausência de dignidade na obra de Adão, quando Paulo em contraste e oposição de argumento aponta para “o Senhor” referindo-se a Cristo! Um é passageiro e momentâneo, e o outro é elevado ao infinito, isto é, ao “céu”. E Paulo não deixa o assunto ficar nas nuvens mas aponta o valor e importância para nós “irmãos” (v. 50), quando coloca no passado a imagem que era nossa antes e aponta para nós no amanhã com a imagem do celestial (v. 49).
A Temporalidade é algo que o sábio não deve colocar seu coração e dedicação, mas trabalhar pelo que é permanente e eterno. O apóstolo não quer que percamos a visão da importância das coisas, pois tudo será rápido e em breve.
Nos versículos seguintes, Paulo não aguenta não louvar a Deus por estas verdades, numa doxologia musical vitoriosa “por nosso Senhor Jesus Cristo”!!!
Soli Deo Gloria
Nuno Pinheiro