O que significa Calvinismo?

"Calvinismo significa que Deus, Senhor dos céus e da terra, é absolutamente soberano sobre todas as coisas, boas e más, na terra e no céu, e mais particularmente o calvinismo significa no que diz respeito à salvação que Deus escolhe e elege pessoas em Cristo que vem no tempo e coloca os seus pecados na cruz, de modo que pela Sua maravilhosa graça homens totalmente depravados e incapazes e sem qualquer livre-arbítrio, são trazidos voluntariamente ao Reino de Deus e guardados pela graça de Deus! Porque 'quem Ele predestinou também chamou, e quem Ele chamou também justificou, e quem justificou Ele também glorificou' - Romanos 8:30." Rev. Angus Stewart (www.cprc.co.uk)



quarta-feira, 29 de abril de 2009

Calvino 500 - E o Baptismo da Semente do Pacto


"Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi. Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus." Mateus 21:28-31

Depois de entrar no templo e expulsar à chibatada os que compravam e vendiam naquele lugar consagrado a Deus, o Senhor Jesus entra no Templo e começa a ensinar o povo, e a curar os cegos e os coxos que tinham vindo a Ele. Jesus mostra que não se conforma com o que os homens fazem da Casa de Seu Pai Celestial, e como reformador volta a apontar para o intuito e propósito de Deus para todas as coisas e em especial para com a Sua casa. O zelo pela Casa de Deus o consumia e não tinha em conta o que o homem podia e queria fazer de mal contra Ele.

Mas quando Jesus começa a ensinar no Templo, a verdade que procedia da Sua boca e destilava de Seus lábios era demasiadamente pura para que não fizesse seus efeitos: no meio do povo que ouvindo aprendia do próprio Deus a Lei, surgia oposição dos anciãos e sacerdotes pondo em causa a autoridade de Cristo sobre o que fazia e quem lhe dera autoridade. A questão dos sacramentos tem tudo haver com autoridade - quem nos dá autoridade sobre a forma e o ensino de nossa Ceia e de nosso Baptismo enquanto presbiterianos? Se esta autoridade não vier do Senhor, não somos hereges? Calvino não é autoridade se não estiver sujeito e debaixo do escrutínio da Sagrada Escritura. Calvino só terá autoridade enquanto estiver debaixo da autoridade única e verdadeira das Escrituras.

O Baptismo dos crentes e de seus filhos, como semente santa do pacto, vem com dupla responsabilidade: primeiro devemos apresentar ao sacramento do Baptismo os nossos filhos, diante do povo de Deus esta ordenança de Deus do sinal e marca da aliança de Deus com o Seu povo (que inclui todos os filhos como geração marcada pelo sinal da graça) que vem desde Abraão e a antiga circuncisão. Mas juntamente com este acto feito por um ministro do evangelho, vem uma promessa que os pais são desafiados a fazer, de ensinar e treinar os seus filhos na sã doutrina de Cristo, de forma a estes poderem vir a alcançar todos os benefícios da aliança.

Alguns não cumprindo o mandamento, por um outro entendimento desta doutrina sacramental, podem como vemos acima serem mais louváveis na obediência da natureza do sacramento de ensinar seus filhos nos caminhos do Senhor. Não devemos desprezar o Baptismo de nossas casas, mas devemos acima de tudo dar mais atenção ao cumprimento das promessas que são intrínsecas a ele. Só assim, poderemos ser fieis dispenseiros de nossos lares e como Elcana e Ana, no meio de uma geração perversa, sermos fiéis e vermos Deus fazer de nossos filhos verdadeiros ramos de sua casa frutífera.

Enquanto a Ceia do Senhor é repetida regularmente, o Baptismo é visto como algo único no tempo e não repetível. Contudo devemos entender que o Baptismo envolve toda uma vida de obediência sem intervalo. Ambos os sacramentos envolvem-nos no lembrar contínuo de sermos sempre de Deus e não de nós mesmos. São meios de graça da parte de Deus exactamente por não serem estáticos, mas nos envolverem em tudo o que somos e tudo o que fazemos. Para que o nosso testemunho seja aceite com respeito, devemos levar em conta as nossas crianças como o dever a cada dia Deus nos dá hoje, no levantar, no caminhar e no deitar!

Que a Casa do Senhor seja sempre aprazível aos seus filhos!

sábado, 25 de abril de 2009

Calvino 500 - E a Revolução dos Cravos


Portugal conheceu a liberdade no dia 25 de Abril de 1975, com a Revolução dos Cravos. Esta é a mais triste noção de liberdade que uma Nação pode ter e se orgulhar. A maior liberdade contínua por aparecer no horizonte lusitano, a liberdade que Cristo dá àqueles que Ele liberta do cativeiro do pecado e da ignorância.

Jesus disse "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Esta afirmação de Cristo é dirigida sem condicionalismos àqueles que de antemão Ele escolheu para conhecerem a verdade. Esta verdade é pura e viva, vinda do próprio Deus. Esta verdade é Graça de um Pai de amor para os seus filhos que entram para o gozo da sua herança.

Cravos diferentes tinha Jesus nas mãos e nos pés. Cravos vermelhos também mas com o sangue que lhe escorria das feridas feitas pelo duro ferro. Calvino revolucionou o mundo com os cravos de Cristo pela Reforma Protestante tão mais necessária para o homem do que o pão ou a água. O homem foi sempre transformado quando exposto aos cravos da cruz, de dentro para fora, contudo sem linguagem, sem fala, sem militares, sem blindados, fazem ouvir verdadeiramente as suas vozes!

Portugal venha a ser ainda uma Nação bem-aventurada cujo Deus é Jeová e saia na sua história uma nova página onde dos cravos brotem águas-vivas vindas do Deus Omnipotente. A igreja se levante e brilhe. Saia a luz de Cristo em nós de debaixo do alqueire. Que o nosso sal seja para salgar, temperar e irritar até os homens e faça-se jus ao nome de Deus nesta terra desolada por séculos de devastação espiritual.

Meu Deus, tem misericórdia deste povo que andam conforme lhes parece bem aos seus olhos, como tiveste outrora de Nínive nos tempos de Jonas.

Não tenhamos revolução por ideal mas reforma espiritual pela Sagrada Escritura.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Calvino 500 - O Sal da Graça Particular



"Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça."

O Senhor Jesus estava a ensinar e a preparar os seus discípulos a seguirem os seus passos e a considerar princípios espirituais envolvidos no chamado do cristão. Este é o evangelho bíblico e a sã doutrina no seu esplendor: a cruz, a perseguição, a lenta e sólida edificação pessoal, a renúncia. Tudo pelo amor a Cristo, tudo perdendo mas ganhando o melhor, tudo deixando mas algo maior alcançar.

Esta é uma palavra para a igreja: se o sal se tornar insípido, com que se há de salgar? Se a igreja se tornar igual à terra qual será o seu valor? Se a igreja não tiver em si as marcas da cruz, a perseguição abençoadora, a edificação espiritual do próprio Deus pela obediência à sua revelação, e se não tiver renúncia de que serve?

Mas se antes escolher ser como uma prostituta bajulando e oferecendo-se a todo o que passa na rua, como se não tivesse esposo, como se não tivesse promessas de seu marido que haveria de voltar e estar com ela para toda a eternidade... Que tristeza ver a degradação moral e espiritual dos filhos de Deus que vivem procurando agradar aos homens e não a Deus.

Têm vergonha de serem vistos como caretas, retrógradas, fechados, antigos, etc. Preferem antes ser algo que não é carne nem é peixe. Modernizam a igreja tornando-a num palco de concertos, uma horrível demonstração de perversidade, leviandade, ignorância, podridão e em seus corações tolos dizem "não há Deus, nós é que mandamos aqui, nós somos os donos desta casa, nós temos o direito de fazer o melhor para nos sentirmos bem, Deus nos apoiaria se estivesse aqui". Ímpios!

Mas o Senhor Jesus começa por dizer neste texto, "bom é o sal"! Jesus conhece a sua igreja, e sabe que o coração novo que Ele comprou com seu sangue é bom. Bom é o sal, boa é a igreja, bom é o povo eleito, a igreja fiel, o justo que não anda na roda dos escarnecedores, é bom o bem-aventurado que medita e tem prazer na lei espiritual de Deus!

A igreja do Senhor Jesus nunca ficará só. Nunca será abandonada: Ó pequeno rebanho não temais, porque o Pai se agradou de vós. Deus Jeová, o Todo-Poderoso vos encherá da Sua glória e sereis sal que salga, não sereis algo indistinto, mas tereis valor. Pois é o Senhor quem vos promete, e quem vos justifica. O Senhor ama a igreja... a Sua igreja!

Eu também amo a igreja. Desejo ver uma igreja crescer e se voltar para o seu Senhor e Amado Jesus cada vez mais, e virando costas para o mundo que jaz no maligno. Deus tem um povo a quem Ele, o Criador dos céus e da terra, chama de especial e peculiar - algo que o fez olhar o mundo que estava como escabelo a seus pés e amar de tal maneira que entregou o Seu Filho Amado em quem Ele tem todo o prazer, para morrer pelos desejados do seu coração!

Amo uma igreja verdadeira! Uma igreja cheia das marcas de Cristo! Uma igreja plena e reformada! Sem marcas nem rugas! Triunfante e gloriosa em Cristo. Que não se envergonha do Seu Deus. Mas que como ovelha com pastor, segue por pastos verdejantes e caminhos seguros ao toque do Seu Senhor.

Só a igreja que tem marcas de Cristo no seu viver e no seu respirar, cujo o prazer está em Deus, pode clamar Aba Pai! Uma igreja assim, sabe que o mundo não tem parte com ela. Sabe que Deus a amou de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para si mesma que crê nele. Sabe que é sal para poupar o mundo da imediata ira de Deus. Sabe que é luz para brilhar no meio das trevas e chamar outros à comunhão a que foram predestinados pelo eterno conselho do Soberano Deus. Não há cinzas, mas sal. Não há sombras, mas luz!

Sola Gratia, e Gratia Particulare Est!!!!

domingo, 19 de abril de 2009

Calvino 500 - Rute a Confessional!


A bisavó de David chamada Rute era uma mulher reformada pela Palavra de Deus e sua fé era Confessional. Ela confessou que jamais iria regressar ao ídolos de seus pais mas seguir para sempre o Deus de Israel e o povo de Deus. Rute declarou "onde quer que fores irei eu e onde quer que pousares à noite pousarei eu". E como crente reformada confessional ela cumpriu de coração estas promessas diante de Deus e de sua sogra Noémi.


Rute chegou a um povo que tinha tido a Palavra de Deus desde infância, mas ela não tinha experimentado essa bênção. Rute amava ter tido os privilégios do povo eleito mais do que tudo na vida. Esta mulher exemplo de fé é para mim um modelo de como um cristão deve amar e acarinhar a fé reformada e confessional que já existe antes de nós termos nascido e contudo muitos chegaram de longe para esta fé de perto dos filhos de Deus.


Como ela era uma eleita de Deus cheia de fome pela Palavra do Senhor, ouvia atentamente tudo o que a sua sogra lhe instruía e fazia mais do que as moças israelitas de nascença faziam pela sua fidelidade ao Senhor.


Boaz reparou nesta virtuosa mulher e viu nela a bênção do Senhor a tal ponto que tudo fez para remir e casar com ela. Profeticamente os anciãos do povo disseram a Boaz que esta mulher seria uma bênção para a Casa de Israel edificando-a sobre a rocha e anteveram a bênção do Salvador através dela (Rt. 4:11).


O que eu mais gosto na história de Rute é o seu apego à doçura que vinha do trono de Deus no meio do Seu povo e que resultava em bênção para ser alento para a alma de Noémi que havia perdido tudo na vida - marido, filhos e bens.


A igreja deve ser assim hoje: fiel, confessional, praticante e destemida na sua vocação e no cumprimento do seu chamado: pregar o evangelho do Senhor Jesus Cristo apaixonadamente, entregando suas crianças ao cuidado do que os antigos prepararam pelos catecismos e gerando frutos dignos de arrependimento.


Quando o povo estiver sendo abençoado com o trigo e cevada da Palavra de Deus e não mais haver fome na terra, o povo eleito espalhado ainda pelas terras de Moab virão para colher e comer da ceara do Senhor Jesus.


Quem tem ouvidos que ouça!

sábado, 11 de abril de 2009

Calvino 500 e a Igreja Confessante


Podemos lembrar muitas vezes as palavras do Senhor Jesus perguntando aos seus discípulos, "e vós, quem dizeis que Eu Sou?", e mesmo assim falharmos vez após vez em entender a vontade de Deus de ter um povo que confessa com seus lábios quem Ele é e o que quer Ele de nós.

Um Igreja Confessante é somente uma igreja viva e verdadeira, que não se esconde atrás de subtilezas de palavras, mas assume o seu papel de declarar todo o conselho de Deus. Uma igreja que não assume uma confissão de fé é uma igreja aleijada, diminuída, enfraquecida que está vulnerável dos lobos vorazes que assaltam os púlpitos desejando despojar a igreja da verdade de Deus.

Portugal não tem muitas igrejas confessantes e pior do que isso é que Portugal não tem sequer muitas igrejas de Cristo como parte do seu corpo nesta terra. Basta ver a forma "pessoal" como é pastoreada a igreja em Portugal - cada caso é um caso...

Calvino viveu numa época muito complicada em que a reforma abriu as portas para a restauração da verdade evangélica, mas também se preocupava em fechar as portas da apostasia que disfarçada de sub-movimentos da reforma violentava e perturbava a fé e a paz de muitos.

Calvino foi defensor das Confissões de Fé e dos Catecismos como muros defensivos da Jerusalém espiritual! Calvino, não era como os muitos "Calvinistas" de hoje que se contentam com partes da doutrina de Deus, o que chamam de "fundamental". Calvino vivia sabendo e crendo que um dia iria estar diante de Cristo dando conta das almas que haviam sido entregues ao seu cuidado. Calvino sabia e cria que um tribunal o aguardava onde seria provada a sua obra como que por meio do fogo e que a palha e a madeira apenas iriam elevar a chama do juizo e da ira Divina.

Neste ano que se comemora ao redor do mundo o 500º aniversário do nascimento de João Calvino, e que até a revista Time colocou o Calvinismo como uma das 10 maiores influencias transformadoras no mundo moderno, devemos acima de tudo isso imitar a fé de qualquer bom exemplo dos guias que Deus levantou para instrumentalmente edificar a Sua Casa nesta terra.

Só podemos ter uma igreja confessante, como Calvino, quando os membros dessa igreja chegarem à conclusão e convicção de que têm nas Confissões a expressão real e absoluta da sua própria fé! Quando um crente adopta uma confissão como sua própria fé. Quando um cristão entende estar disposto a dar a sua vida como Estêvão deu pela proclamação da verdade de Deus.

Nesta Páscoa, que meditemos sobre a nossa vida: somos como Estêvão ou como Nicodemos com o que fazemos com aquilo que dizemos crer? Andemos à luz das Escrituras e confessando nosso claro entendimento sobre o conselho de Deus em toda a sua amplitude e grandeza. Amemos e promovamos as Confissões Reformadas e os Catecismos de forma a que por eles nós sejamos realmente reformados pela Palavra de Deus e guardados do erro do presente século condenemos e expunhamos os filhos de Belial no nosso meio (Juizes 20:13).

Cristo venceu e a Ele seja dada toda a glória!